Temos que criar uma flexibilidade para o desenvolvimento do mercado de gás natural, e o armazenamento é uma dessas opções, analisou o diretor Técnico e co-fundador da Origem Energia, Nathan Biddle. “O gás precisa ter algum lugar para ir, podendo ser armazenado ou exportado. Um dos sonhos que tenho para o gás doméstico do Brasil é que a demanda precisa crescer substancialmente, e o preço é um aspecto disso, mas temos que melhorar a flexibilidade, temos que ter balanceamento, e o armazenamento faz diferença. A Europa faz isso, os EUA fazem isso. Temos que começar a ver como integrar essa energia para que a molécula flua”, explicou o executivo. Em adição, Gabriela Duarte, gerente geral de Inteligência de Mercado de Gás e Energia da Petrobras, disse que o armazenamento é um tema interessante para a companhia, uma vez que permite capturar oportunidades que acontecem no dia a dia das termelétricas. “A Petrobras possui 13 termelétricas, que totalizam 5,3 GW de capacidade instalada, e elas podem ser um complemento às renováveis, despachando quando o sistema precisa delas. Quando o sol vai embora e a demanda aumenta, precisaremos de outras fontes para balancear o sistema”, explicou a executiva. Duarte também informou que, no passado, a Petrobras estudou o armazenamento de gás em campos. “Temos alguns campos que são bons para o armazenamento, mas os nossos estudos indicaram que ainda não tínhamos esses volumes de grande valor no sistema. Agora nós temos. As oportunidades existem, e temos que analisar para ver o que podemos fazer para otimizar o sistema como um todo”, disse.
Uma outra opção para o balanceamento do mercado de gás é o GNL, segundo Duarte e segundo Gabriela Aguilar, diretora Geral para a Argentina e Brasil e vice-presidente para a América Latina da Excelerate Energy. “Os países precisam ter opções, e não apenas uma única fonte de energia. Não somente precisamos de regras, redes e recursos, mas temos também que amplificar as conversas entre todos os entes, públicos e privados. Se a infraestrutura não está sendo totalmente utilizada, o preço fica mais caro”, afirmou Aguilar. Por fim, Rodrigo Senne, diretor de Novos Negócios e Gás Natural e vice-presidente da Âmbar Energia, disse que os países da América Latina precisam ter uma estratégia conjunta. “Argentina, Bolívia e Brasil precisam ter uma estratégia conjunta. A Argentina pode fornecer para o Brasil no verão, por exemplo. E claramente teremos questões a discutir em relação ao armazenamento de gás e ao GNL. Os reguladores, os operadores e até a presidência precisam endereçar essas questões”, finalizou.
Fonte: PetróleoHoje
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