A Abiogás prevê que as usinas de biometano baseadas em subprodutos do setor agro tem potencial para serem 69,5% do total, somando o setor sucroenergético, agroindustrial e de proteína animal serão 96 novas unidades em 2032, enquanto aquelas que utilizam resíduos sólidos ou resíduos da indústria corresponderão a 42 unidades, 30,4% do total. As projeções não incluem as plantas já em operação ou em processo de autorização para comercialização. No cenário atual, das oito plantas autorizadas pela ANP, seis utilizam matéria de aterros sanitários, enquanto apenas duas operam com resíduos provenientes do setor agropecuário. “Analisando as perspectivas futuras, as fontes sucroalcooleiras devem liderar.
O setor tem tomado consciência do potencial que seus resíduos podem atingir na produção do biometano e já está se movimentando de forma significativa mostrando expansão. Atualmente, o aterro sanitário é a opção mais utilizada e com maior crescimento, mas o setor sucroenergético está ganhando espaço e tende a ultrapassá-lo”, afirmou a presidente da associação, Renata Isfer. Até 2032, o setor de proteína animal contará com, pelo menos, novas 15 plantas destinadas ao aproveitamento de resíduos para a produção de biometano. Resíduos provenientes de outros setores, como o de proteína animal, possuem grande potencial para geração desse combustível.
Segundo Renata, muitos segmentos, incluindo o de proteína animal, ainda não utilizam toda a capacidade disponível no mercado para transformar seus resíduos em biometano.
O estudo mostra ainda que o potencial de produção de biometano deve saltar do atual 1 milhão de m³ por dia para 8 milhões de m³/dia até 2029, considerando projetos já anunciados por empresas que, se confirmados, resultarão em um crescimento de 600% do setor. Esse volume é suficiente para abastecer aproximadamente 40.036 caminhões movidos a diesel diariamente. “O Brasil poderia substituir cerca de 62% da demanda atual de diesel, que em 2023 foi de 65,5 bilhões de litros. Essa substituição não apenas reduziria a dependência de combustíveis fósseis, mas também contribuiria significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirma Renata.
Os avanços regulatórios expressivos conquistados pelo setor, tanto ao nível nacional quanto regional ao longo de 2024, desempenharam um papel crucial no impulso ao crescimento dessa indústria. Em âmbito nacional, foram aprovadas iniciativas como a lei do Combustível do Futuro, o marco do Hidrogênio, a lei de debêntures incentivadas e a inclusão do biometano no programa Nova Indústria Brasil. Nos estados, foram aprovadas ferramentas como a lei da Alesp, que isenta do IPVA caminhões movidos a GNV ou biometano e o decreto do Paraná voltado ao incentivo do biometano. “Essas novas regulamentações criam um ambiente mais favorável para investimentos e expansão tanto no presente quanto no futuro e incentivam que novos setores passem a usar o seu potencial na produção do biogás e biometano. Juntas, essas políticas representam um avanço crucial para consolidar o biometano como uma alternativa sustentável e competitiva no mercado brasileiro”, finaliza a presidente da Abiogás.
Fonte: EnergiaHoje
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