A Eneva fechou um acordo com a Pampa Energía para importar gás natural da Argentina, via Bolívia. Uma das principais petroleiras independentes da Argentina, a Pampa entrou com pedido de autorização junto ao governo argentino, para exportar até 1 milhão de m3/dia, na modalidade interruptível, para a Eneva até maio de 2027. O preço na fronteira com a Bolívia é de US$ 8,8 o milhão de BTU, segundo dados apresentados no pedido de autorização. A companhia estreou no mercado livre em 2024 e fornece gás, hoje, para clientes como Samarco e Vale, no Espírito Santo, e Cerâmica Capri, em Sergipe. A Pampa Energía produz cerca de 12,5 milhões de m3/dia na Bacia de Neuquén, onde se encontra a formação não convencional de Vaca Muerta. Além do acordo com a Eneva, a companhia também recebeu autorização do governo argentino para exportar para a Tradener até 1 milhão de m3/dia. A Eneva, por sua vez, vem se consolidando como uma comercializadora de gás natural no Brasil. A empresa desenvolve o seu braço de comercialização a partir da importação de gás natural liquefeito (GNL) em Sergipe, e complementa a sua carteira de suprimento com fontes alternativas como gás nacional onshore e offshore.
A corrida pelo gás argentino
Além da Eneva, ao menos outras seis comercializadoras que operam no Brasil já se posicionaram na Argentina, com acordos de suprimento com produtores locais, na corrida para trazer os primeiros volumes (em bases interruptíveis num primeiro momento) ao Brasil: Edge (com acordos com Tecpetrol e Total Austral); Gas Bridge (com a Pluspetrol); Matrix Energy (com Total Austral); MGás (Tecpetrol, Total Austral e Oilstone Energía); PAE do Brasil (com a própria Pan American Energy); Tradener (com Pan American Energy, Tecpetrol e Pampa Energía). Além delas, a Comgás, no mercado cativo, fechou um contrato de suprimento com a Pan American Energy até o fim de 2025 — o prazo pode ser ajustado à demanda da distribuidora paulista. Agentes ainda se movimentam para tentar viabilizar as primeiras (e pequenas) operações, em caráter de testes, nos próximos meses, antes do inverno. O fim do verão se aproxima e a janela de oportunidade para importação de excedentes de gás argentino durante a temporada ainda não se confirmou. Uma conjunção de fatores, que vão de aspectos climáticos a econômicos e de infraestrutura, tem jogado contra.
Fonte: Eixos
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