O crescimento do mercado de gás brasileiro tem grande potencial na demanda de consumidores não conectados à malha de gasodutos. A opinião é de Demetrio Magalhães, CEO da Edge, empresa do grupo Cosan. “Esse é o mercado que é realmente o blue ocean que tem pela frente”, afirmou o executivo. Segundo ele, há oportunidades a serem capturadas em descarbonização em indústrias, em mobilidade e em bunkering, abastecendo navios que aportam em Santos e buscam o uso de GNL como substituto para outros combustíveis. Uma projeção é de que, só na frota pesada brasileira, o potencial seria equivalente a 150 milhões de metros cúbicos por dia. “Isso é três vezes o que o Brasil consome hoje, tirando o consumo das termelétricas”, afirmou Magalhães. “Eu não tenho o mindset de achar que o GNL vai ser o substituto de todos os combustíveis fósseis, até porque acho que todos têm seu papel. Mas ele vai ser mais de uma alternativa importante nesse segmento”, acrescentou o executivo.
O acordo da Edge com uma fabricante de celulose situada no Triângulo Mineiro, foi citada como exemplo. “Anunciamos recentemente o contrato com a LD Celulose, em que eles vão substituir as operações de combustível por GNL”. Na visão do executivo, esse mercado pode abrir espaço para o biometano. “Na hora que você cria demanda no Brasil, em diversos segmentos, em diversos estados, você cria também um ambiente para o biometano ter mais presença, mais competitividade. Então, sabemos que esse só foram os primeiros passos, não tem muita coisa a ser feita, muita coisa de regulação ainda a ser feita, de descentralização, mas a gente é muito confiante no mercado brasileiro”, complementou.
Questionado sobre mudanças regulatórias para o mercado livre de gás avançar nos próximos anos, Magalhães destacou que algumas agências estaduais ainda precisam evoluir em suas regulações para permitir a presença no mercado livre. “Esse é um ponto bastante relevante”, ressaltou, citando a Arsesp como referência – a Edge fechou, no primeiro semestre de 2024, com o setor ceramista, os primeiros contratos de migração da indústria paulista para o ambiente livre. “Outro ponto é sobre a oferta de gás. Temos várias iniciativas, várias coisas acontecendo, sobre como garantir a oferta de gás, Regras que garantam competitividade, que garantam novas entrantes, que garantam menor descentralização em oferta de gás, são sempre muito positivos”.
Fonte: EnergiaHoje
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