A integração das termelétricas à malha de gasodutos é estratégica para garantir a estabilidade do sistema elétrico brasileiro, defende o CEO da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), Erick Portela, que ressalta que a conexão ao sistema de transporte de gás permite que as usinas sejam acionadas e desligadas rapidamente, proporcionando a flexibilidade que vem sendo demanda pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). “A primeira coisa que a gente tem que entender é [se] para a sociedade brasileira, há méritos nas térmicas conectadas conosco?”. “Eu não tenho dúvida de que há méritos, mas [se] havia dúvidas essas dúvidas foram todas tiradas em 2023 quando tivemos o apagão e essas térmicas (…) entraram em operação e seguraram, vamos chamar assim, a estabilidade do setor elétrico brasileiro”, comentou. O cancelamento do leilão de reserva de capacidade, de junho, para formatação de um novo certame, com novas regras, abre uma janela para revisão dos parâmetros de contratação das térmicas. As transportadoras têm defendido que o leilão deveria privilegiar a contratação de térmicas conectadas à malha de gasodutos. Um debate que tem, como pano de fundo, a discussão sobre o impacto das tarifas de transporte de gás natural sobre a competitividade das usinas – e, por consequência, do próprio resultado do certame sobre o futuro dessas tarifas.
Investimentos travados
Portela comentou, ainda, sobre a necessidade de se destravar investimentos na malha de gasodutos, para tirar gargalos do sistema de transporte. “Temos cerca de R$ 12 bilhões investidos, sendo a maior parte destinada ao desengargalamento da malha. Se esses gargalos não forem resolvidos, enfrentaremos um acúmulo de gás no Rio de Janeiro, vindo do Gaslub, do bloco BM-C-33 [operado pela Equinor] e do Projeto Raia”, alertou. Enquanto isso, outras regiões como São Paulo e o restante do país podem enfrentar escassez no abastecimento, caso esses gargalos não sejam resolvidos. Os projetos para mitigar esses gargalos já fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e possuem autorização para construção. No entanto, falta definir o modelo de remuneração que permita viabilizar economicamente essas obras.
Fonte: Eixos
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