Para a vice-presidente da Equinor no país, Claudia Brun, o gás natural poderá garantir a confiabilidade no fornecimento de energia diante da demanda de novos data centers no Brasil. Segundo a executiva, a expansão acelerada das renováveis variáveis, como solar e eólica, aumentam a relevância do gás natural como fonte de segurança no sistema elétrico, enquanto tecnologias de armazenamento de energia não se mostram economicamente viáveis. “Provavelmente vai ter que consumir um pouco mais de gás até que novas tecnologias de estocagem, como baterias, se viabilizem. A gente ainda precisa ter confiabilidade, porque data center precisa ter confiabilidade 24 horas por 7 dias na semana”, afirmou. Em abril, a petroleira norueguesa anunciou a reestruturação de seu portfólio global com a criação da área de negócios Energia — PWR, resultado da fusão da divisão de Energias Renováveis (REN) com ativos de energia flexível do segmento de Marketing, Midstream e Processamento (MMP). A companhia explicou que estava combinando seus negócios de renováveis com usinas a gás e ativos de armazenamento de energia para fortalecer sua atuação no setor elétrico, diante da crescente demanda provocada pela expansão da inteligência artificial e dos data centers.
O papel do gás na transição
Brun também destacou que os projetos de exploração e produção de gás natural da companhia no Brasil têm intensidade de carbono muito menor quando comparados aos de outros países. Os empreendimentos de Raia e Bacalhau utilizarão turbinas a gás de ciclo combinado para reduzir as emissões de carbono, com a metas de intensidade de CO2 inferior a 6 kg por barril e 9 kg por barril, respectivamente. A média mundial é cerca de 20 kg por barril, diz a executiva. Em julho, o Ibama emitiu a licença de instalação para o trecho offshore do gasoduto do Projeto Raia, no pré-sal da Bacia de Campos, que será o primeiro no Brasil a tratar gás no mar, no FPSO Raia. O duto terá 200 km até o Terminal de Cabiúnas (RJ), com capacidade de escoar até 16 milhões de m³/dia. Segundo a Equinor, a operação prevista para 2028 poderá atender cerca de 15% da demanda do país.
Desafios para óleo e gás
Brun lembrou que o ambiente global ainda impõe desafios adicionais. Segundo ela, a queda da demanda chinesa por óleo e gás, somada ao avanço da eletrificação, pressiona as margens das petroleiras em um cenário de preços mais baixos do barril. Ao mesmo tempo, os custos de projetos de grande porte aumentaram significativamente, afetando também projetos de transição energética. “Da mesma forma como a gente vem observando na indústria de óleo e gás os custos para construir novas FPSOs nas suas cadeias aumentando quase 30%, os custos de implementação desses projetos tanto para a CCS como para a eólica offshore também estão aumentando”.
Fonte: Eixos
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