MTGÁS lança edital para construção de rede de distribuição
A rede deverá atender o Distrito Industrial de Cuiabá e o certame está marcado 27 de junho de 2022.
A Companhia Matogrossense de Gás (MTGÁS) abriu licitação para a construção de rede de distribuição de gás canalizado para atender o Distrito Industrial de Cuiabá.
O objetivo da licitação é contratar empresa especializada para a construção e montagem de estação de redução de pressão, citygate e rede e ramais para a interligação de consumidores, com extensão aproximada de 28 quilômetros.
O certame acontecerá em 27 de junho do corrente ano, às 9h, em sessão pública, na forma presencial, na Sala de Licitações da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão/SEPLAG/MT endereço: R. C, Bloco III – Complexo Paiaguás, Centro Político Administrativo – Cuiabá – MT, 78049-005.
A íntegra do edital e as regras de qualificação estão disponíveis em: https://www.mtpar.mt.gov.br/licitacoes-001-2022.
Pedidos de esclarecimentos sobre a licitação devem ser encaminhados para os e-mails: jonatansetubal@mtpar.mt.gov.br e presidencia@mtpar.mt.gov.br.
Fonte: MTGÁS
ABEGÁS: Nota de Esclarecimento
Neste maio de 2022, veículos de comunicação publicaram informações equivocadas e inverídicas sobre o setor de gás natural e algumas empresas associadas à Abegás. A Abegás entende que o objetivo foi tentar desqualificar o esforço que o segmento de distribuição de gás canalizado tem feito para universalizar o uso do gás natural no Brasil, algo vital para a economia voltar a crescer de maneira sustentável, com maior produtividade e competitividade.
Parte majoritária do noticiário tem preferido citar a existência de um suposto “Centrãoduto”, uma afirmação completamente falsa, em detrimento de analisar as vantagens e o menor custo para levar o gás natural brasileiro para regiões do interior do País na comparação com a construção de linhas de transmissão de energia.
Hoje, os 8.000 MW de térmicas operando na base levarão a uma redução de custos para o consumidor — principalmente para os pequenos usuários — a uma atenuação das incertezas para a operação com a nova matriz renovável e com a hidrologia e, certamente, a uma maior segurança elétrica e energética para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Ao contrário do que foi erroneamente veiculado, a construção de gasodutos de transporte não pode ter a participação de operadores que exploram gás natural e nem tão pouco dos acionistas das distribuidoras de gás natural, em função do que dispõe a atual legislação (Lei 14.134/21 – “Lei do Gás”).
A verdade é que o Brasil tem pouca infraestrutura para o transporte de gás natural, equivalente somente à metade dos dutos existentes na Argentina. A última grande obra de construção de gasodutos de transporte foi o Gasbol (Gasoduto Brasil-Bolívia), que alcançou plena operação em 2010.
1) Reduzir o gás natural reinjetado: não é possível manter o atual nível de reinjeção. Hoje, cerca de 70 milhões de metros cúbicos são reinjetados por dia no pré-sal, sem pagamento de royalties ou partilha de produção e impostos. As empresas com licença para explorar o pré-sal retiram o gás e o reinjetam sem pagar nada (mesmo admitindo publicamente que isso tem valor agregado, pois aumenta o volume da extração de petróleo). Essa situação obriga o Brasil a importar aproximadamente 65 milhões de metros cúbicos de gás natural do exterior por dia, 50% do nosso consumo;
2) O desenvolvimento do pré-sal com menos reinjeção: a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) precisa rever os planos de desenvolvimento aprovados dos concessionários de exploração do pré-sal. A agência deve demonstrar tecnicamente que é possível reinjetar menos gás natural (há exemplos em vários países) e manter o mesmo volume de extração de óleo bruto nos poços do pré-sal com melhor aproveitamento do gás nacional, reduzindo a volatilidade dos preços.
3) Os contratos de partilha com solução para o gás produzido: a ANP e o Ministério das Minas e Energia (MME) devem assegurar que os novos contratos de partilha não terão o desenvolvimento da produção aprovado sem solução para a comercialização do gás extraído, reduzindo a reinjeção desnecessária.
4) A construção de novos gasodutos de escoamento da produção: a Abegás defende que se utilize a cláusula existente nos contratos de partilha que estabelece a possibilidade de o concessionário de exploração construir gasodutos de escoamento até o continente, inclusive suas unidades de beneficiamento. Esses investimentos devem ser classificados como “custo óleo”, ou seja, devem ser reembolsados com o óleo/gás produzido.
5) Contratação de 8.000 MW de térmicas a gás: a Abegás defende que o MME, no cumprimento da Lei 14.182/21, realize leilões para a contratação dos 8.000 MW de térmicas movidas a gás natural com inflexibilidade de 70% em locais que permitam o desenvolvimento da malha de gasodutos de transporte, com prioridade para o gás natural de origem nacional. Isso irá assegurar a interiorização do gás natural, viabilizando a construção de plantas de fertilizantes e energia para a movimentação dos pivôs no agronegócio e ao mesmo tempo preservando a água dos reservatórios hidrelétricos.
Fonte: Comunicação ABEGÁS
ABEGÁS: ANP DESVIA FOCO E AFUGENTA INVESTIMENTOS
É lamentável a decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) de requisitar que a Procuradoria Federal ingresse no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação para tentar derrubar o decreto do governo do Estado de São Paulo, de nº 65.899/2021 (27/07/2021), que dispõe sobre critérios de classificação de gasodutos de distribuição de gás canalizado no âmbito do Estado de São Paulo.
A decisão, deliberada ontem (27/01) em reunião da Diretoria Colegiada de nº 1078, alega que os termos do decreto estariam em desacordo com a chamada Nova Lei do Gás, a Lei nº 14.134, aprovada pelo Congresso em março de 2021 e sancionada em abril de 2021.
Do ponto de vista jurídico, o decreto está em linha com a autonomia assegurada aos Estados pela Constituição Federal de 1988 para regular os serviços de distribuição de gás canalizado — à qual nenhuma outra lei se sobrepõe.
O mais grave é que, conforme manifestação da própria ANP, a intenção é gerar um precedente que afete todo os atos normativos estaduais de Norte a Sul, o que inibiria diversos projetos de expansão das redes locais de distribuição. Vale recordar que, desde 2011, as distribuidoras em todo o País mais do que duplicaram as redes locais de distribuição, passando de 19, 3 mil quilômetros em 2011 para mais de 40 mil quilômetros no final de 2021, ao passo que a malha de transporte se manteve inalterada em seus aproximadamente 9,5 mil quilômetros. Caso prospere a tese da ANP, afetando a segurança jurídica do setor, os planos de investimentos das distribuidoras em todas as regiões do Brasil poderão ser refreados.
Mas, muito além das questões jurídicas, o que causa real estranheza é que a ANP vem tendo seu papel desvirtuado. Mesmo estando com colegiado desfalcado, com apenas duas cadeiras ocupadas por titulares — situação para a qual a Abegás defende a necessidade de indicação urgente de novos diretores para a composição adequada dos quadros da Agência —, a ANP vem se dedicando a temas que não deveriam ocupar sua atenção — à luz da Constituição Federal, que delimita claramente as atribuições de União e Estados na regulação do setor de gás natural.
Como é público e notório, a abertura do mercado de gás, determinada em 2019 pelo Termo de Compromisso de Cessação (TCC) assinado entre Petrobras e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), teve prejudicada sua agenda, em grande parte pela morosidade da ANP em regular assuntos que são de sua competência: as tarifas de transporte de gás e o código de redes, acesso não discriminatório dos agentes aos gasodutos de escoamento e unidades de processamento, entre outros.
Esse atraso vem causando consequências drásticas para os consumidores do insumo, desde os industriais e comerciais, até os milhões que fazem uso residencial e automotivo, uma vez que a falta de uma regulação clara foi o principal fator de impedimento para que outros agentes ofertantes pudessem manter suas propostas nas chamadas públicas abertas pelas distribuidoras de gás canalizado, o que, em muitos casos, deixaram-nas sem alternativas que não assinar um contrato de suprimento com a Petrobras pelo preço de molécula determinado pela empresa em sua condição de agente dominante – situação abusiva que vem sendo questionada pela Abegás junto ao Cade.
Desse modo, não é difícil concluir que a ANP está desviando seu foco de atuação, priorizando temas que fogem de seu escopo e deliberando por eventuais judicializações que apenas irão gerar insegurança jurídica para o setor, afugentando os investimentos que o setor tanto precisa — apenas como exemplo, o Brasil ainda padece com um elevado nível de reinjeção de gás natural, assunto que deveria merecer mais atenção da ANP, uma vez que, na média acumulada em 2021, são mais de 60 milhões de metros cúbicos de gás natural desperdiçados todos os dias, mesmo em meio a uma crise
energética.
A Abegás não tem dúvidas sobre o dever da ANP de autorizar e regular os dutos de transporte, mas a Agência tem a obrigação de respeitar a competência regulatória dos Estados para promover a expansão da malha de distribuição, conforme estabelece a Constituição Federal, e espera que o bom senso prevaleça, sob pena de adiar ainda mais a aberturado mercado de gás, o que postergaria investimentos fundamentais para o desenvolvimento de infraestrutura essencial do País e para a arrecadação de impostos e a geração de empregos.
ABEGÁS | Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado
Fonte: Comunicação ABEGÁS
ABEGÁS: ESTADOS TÊM AUTONOMIA ASSEGURADA PELA CONSTITUIÇÃO PARA REGULAR DISTRIBUIÇÃO
Como representante das concessionárias de distribuição local de gás canalizado, a Abegás tem o dever de esclarecer a sociedade sobre a recente aprovação de leis estaduais, em unidades da federação como Paraíba, Maranhão, Pernambuco, Piauí e Ceará.
A discussão e a aprovação das leis, cada uma com sua especificidade, é extremamente salutar para garantir uma maior segurança jurídica à operação dos serviços de distribuição de gás canalizado e está plenamente em linha com a autonomia assegurada aos Estados pela Constituição Federal de 1988 – à qual nenhuma outra lei se sobrepõe.
Nesse sentido, cada Estado tem legitimidade para dispor sobre as matérias cuja competência foi atribuída por meio da Constituição Federal e isso ocorre por meio da edição de leis estaduais, que possuem um escrutínio absolutamente público, com a participação de representantes do povo, eleitos por meio de um sistema democrático, o que não afasta a possibilidade de participação das entidades interessadas.
Com relação aos gasodutos de distribuição, a chamada Nova Lei do Gás deixa evidente que a competência dos Estados deve ser respeitada, por meio da observância do art. 25, § 2º da Constituição Federal.
Desse modo, é legítimo que os gasodutos de distribuição sejam classificados por finalidade, independentemente da sua origem, pois a finalidade desses dutos é a prestação de serviços locais de gás canalizado que se destinem ao atendimento das necessidades de usuários, cativos ou livres, de quaisquer segmentos.
Cada estado tem o dever de disciplinar as regras em coerência com as suas próprias realidades, levando em consideração a segurança energética e o interesse de todos os segmentos de consumidores, existentes ou potenciais, e igualmente relevantes – residenciais, automotivos, comerciais, industriais e termelétricos.
Lembramos que o mercado aberto (livre) já existe de fato e está devidamente regulado nos estados do Amazonas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ainda assim, mesmo o estado de São Paulo, que concentra grande parte das indústrias que mais consomem gás natural no País, não registra um único consumidor livre; ou seja, o problema não está na regulação e sim na falta de oferta competitiva de gás natural.
Nesse sentido, as distribuidoras realizaram Chamadas Públicas com o objetivo de obter um gás natural com custo mais competitivo para todos os segmentos, esforço que, infelizmente, não alcançou o sucesso esperado dada a falta de diversidade de ofertantes, perpetuando o papel da Petrobras como agente dominante na oferta.
A Lei do Gás aprovada ano passado pelo Congresso, apresenta condições mais favoráveis a um aumento da oferta via importação, enquanto mais de 60 milhões de m³ de gás natural produzidos no País são desperdiçados diariamente por falta de investimento na infraestrutura necessária para levar esse gás ao mercado consumidor.
Portanto nos causa estranheza que entidades, que deveriam defender seus associados, venham colaborando para a criação de barreiras à abertura do mercado de gás natural ao levantar dúvidas e buscar desacreditar ações que visam garantir a segurança jurídica do mercado livre.
As distribuidoras têm cumprido o seu propósito maior que é a universalização do gás natural e para isso investiram fortemente na expansão da rede de distribuição que hoje ultrapassa os 40 mil quilômetros de extensão, enquanto isso a malha de transporte segue praticamente estagnada em pouco mais de 9 mil quilômetros. Em algumas regiões o alcance do gás natural só não é maior devido aos gargalos no transporte, que limitam a expansão da economia, um problema conhecido pelos órgãos competentes e sem nenhuma perspectiva de solução até o momento.
Considerando que a segurança jurídica é vital para a continuidade dos investimentos das distribuidoras, a Abegás espera que os organismos estaduais sigam trabalhando para fortalecer o mercado de gás, de modo a garantir a segurança energética das respectivas unidades da federação e do País como um todo.
Abegás | Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado
Fonte: Comunicação ABEGÁS
VIII Fórum do Biogás
A Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) realiza na próxima quinta-feira (25/11) a oitava edição do Fórum do Biogás na cidade de São Paulo.
O evento é presencial e discutirá temas como o papel do biogás na descarbonização e o marco legal do biometano e biogás.
Programação
Para se inscrever acesse: www.forumdobiogas.com.br
Serviço
VIII Fórum do Biogás
Data: 25/11/2021
Horário: 9h às 18h
Local: CENESP – Centro Empresarial de São Paulo (Av. Maria Coelho Aguiar, n.º 215, Bloco G, 2º Andar – Jardim São Luís).
Programação e inscrições: www.forumdobiogas.com.br
Fonte: Comunicação ABiogás
Chamada Pública Coordenada para aquisição de gás natural
As Companhias Distribuidoras Locais (CDLs) de gás canalizado Algás, Bahiagás e Pbgás abrem Chamada Pública coordenada para recebimento de propostas para futura aquisição de gás natural. O objetivo da ação é diversificar as fontes supridoras e buscar melhores condições mercadológicas para os usuários de gás canalizado dos estados de Alagoas, Bahia e Paraíba.
A Algás, Bahiagás e Pbgás, atualmente distribuem gás natural para mais de 138.000 clientes nos seus estados. A rede de distribuição somada é de 1.967 km.
Os interessados em participar da Chamada Pública deverão apresentar proposta comercial de venda de gás natural para cada distribuidora, a partir de 22/06/2021, de acordo com as condições e especificações estabelecidas nos Termos de Referência disponíveis nos sites das companhias:
- Gás de Alagoas S.A. – Algás: http://www.algas.com.br/
- Companhia de Gás da Bahia – Bahiagás: http://www.bahiagas.com.br/
- Companhia Paraibana de Gás – Pbgás: http://www.pbgas.com.br/
Esclarecimentos adicionais poderão ser obtidos através dos e-mails de cada Companhia Distribuidora.
- Gás de Alagoas S.A. – chamadapublicagn@algas.com.br
- Companhia de Gás da Bahia – chamadapublicagn@bahiagas.com.br
- Companhia Paraibana de Gás – chamadapublicagn@pbgas.com.br
As CDL’s que coordenam a Chamada Pública para o recebimento das propostas de suprimento de Gás Natural promovem no próximo dia 30/06/2021, às 15h, um workshop virtual para apresentação dos documentos e esclarecimento de eventuais dúvidas. Solicitamos que os interessados façam a pré-inscrição pelo e-mail chamadapublicagn@pbgas.com.br até o dia 30/06/2021 às 12h.
Fonte: Comunicação Algás, Bahiagás e Pbgás
MP da Eletrobras é solução para evitar racionamento de energia
Em artigo, Augusto Salomon, presidente executivo da ABEGÁS, destaca os benefícios da proposta para a sergurança energética do país.
É impossível falar da chamada “MP da Eletrobras” (medida provisória 1031/21), aprovada semana passada pela Câmara dos Deputados, sem olhar para os fatos: o Brasil passa pela maior crise hidrológica em 90
anos.
Esse alerta é do próprio MME (Ministério de Minas e Energia). Em recente entrevista, o ministro Bento Albuquerque foi categórico. Disse que é a maior crise desde 1931. “E só não é pior porque não se media
antes”, observou.
Também é fato que a escassez de chuvas não vem de hoje. Especialistas têm registrado nos últimos 10 anos uma piora nos fatores hidrometeorológicos, com queda no nível de água dos reservatórios das hidrelétricas –um panorama acentuado em 2014 com o aumento do consumo de energia elétrica.
Não por acaso, o crescente risco hidrológico criou uma das maiores judicializações do setor energético brasileiro, com mais de R$ 8 bilhões travados no mercado de curto prazo. Esse nó somente foi desfeito com a Lei 14.052/2020, sancionada após uma longa costura no Congresso Nacional.
É fato que, desde 2014, o quadro de deterioração hidrológica vinha sendo parcialmente mascarado por uma série de sete anos de baixo crescimento ou até mesmo de recessão. Mas o sinal de alerta foi acionado em outubro passado –o pior em termos de afluências em todo o histórico de 90 anos no Brasil, de acordo com o PMS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Em 2020, portanto, é legítimo afirmar que a situação só não foi mais crítica por causa da pandemia, que impactou a indústria, com redução brutal de 4,1% no PIB (Produto Interno Bruto).
O episódio deixa lições. A maior delas é que o Brasil não pode mais enxugar gelo. É indispensável uma energia firme, que reduza as incertezas do futuro. Sim, o País vive uma transição energética, com o aumento de importância das novas fontes renováveis, como eólica e solar fotovoltaica. Mas é fato que, mesmo com diversos atributos, essas fontes têm intermitências que impedem uma plena segurança energética.
Daí a importância do uso de térmicas a gás natural, contratadas com fator locacional, gerando os propostos 6.000 MW, conforme o texto aprovado na Câmara, o que contribuirá para reduzir o grau de imprevisibilidade e a volatilidade das tarifas.
O País precisa de uma fonte que gere energia elétrica de forma ininterrupta. Isso proverá mais segurança para a expansão das novas fontes renováveis e para a própria recuperação dos níveis de água dos reservatórios em mais de 10%, o que resultará em redução das tarifas de energia para os consumidores residenciais, bem como comércios e indústrias de menor porte.
E qual é fonte de que o Brasil dispõe, para assegurar essa resiliência?
É o gás natural, globalmente visto como substituto para usinas menos eficientes e mais poluentes –movidas a diesel, óleo combustível e carvão. E essa troca é fundamental para que o Brasil cumpra com os compromissos firmados e reafirmados com o Acordo de Paris, que preveem a redução das emissões de gases causadores de efeito estufa (GEE) em 40% até o final da década.
Além do fator ambiental, as térmicas a gás de ciclo combinado vão baixar o preço da energia no mercado de curto prazo, com reflexos positivos nas tarifas. Hoje, parte do parque termelétrico conta comusi nas caras (Custo Variável Unitário, CVU, de até R$1.700). Isso também poderá ser corrigido com térmicas a gás ininterruptas, capazes de alcançar 10% do CVU das plantas a óleo.
Entretanto, chama a atenção que o órgão responsável pelo planejamento, apesar do risco de falta de energia para atender a demanda, continue ignorando as térmicas com fator de capacidade superior a 70%, apostando somente nas fontes renováveis intermitentes. Isso tem um preço alto: deixa o Brasil completamente refém do clima e obriga ao despacho de térmicas a qualquer custo, aumentando as tarifas de energia por falta de planejamento e previsibilidade.
A médio e longo prazo, a medida provisória 1031/21 afastará o fantasma do racionamento, que travou o crescimento do País em 2001.
Outro benefício do artigo 19 da MP da Eletrobras é o imenso passo adiante para a integração dos setores elétrico e de gás, convicção já declarada por diretores da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que, infelizmente, é ignorado por alguns.
A integração faz todo o sentido. O Brasil conta com imensas reservas de gás natural, a maior parte delas em alto mar. Sem um sinal econômico mais assertivo, o país seguirá sem os investimentos capazes de levar o gás natural de pontos a 300 quilômetros da costa para o mercado de consumo. Hoje, são reinjetados, todos os dias, mais de 50 milhões de metros cúbicos, o que equivale à capacidade de uma Itaipu de energia.
Além disso, em termos econômicos, a contratação das térmicas representa um investimento de R$ 40 bilhões no país e a geração de 45 mil empregos diretos e indiretos, levando desenvolvimento e renda para diversas regiões.
O Brasil só tem a ganhar com a aprovação da MP da Eletrobras. É uma medida de longo prazo, que combina soluções com benefícios conjunturais que atendem aos interesses de todos os brasileiros.
A Câmara dos Deputados, em ação dialogada com o Ministério de Minas e Energia, teve grande sensibilidade ao aprovar o texto da MP. Preservar esses avanços, durante a tramitação no Senado Federal, é a medida mais assertiva.
Afinal, nessa esperada retomada pós-pandemia, o Brasil precisa ter a certeza de que o risco de racionamento ou de apagão é coisa do passado.
Augusto Salomon
Presidente executivo da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás
Canalizado)
Fonte: Folha de S. Paulo
Nota de Pesar
É com imenso pesar que a Associação Brasileira da Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (ABEGÁS) recebe a notícia do falecimento de Cicero Ernesto Leite de Sousa, ex-diretor-presidente da Companhia Paraibana de Gás (PBGÁS) e ex-presidente da ABEGÁS.
O executivo foi presidente da ABEGÁS por dois mandatos consecutivos, de 1999 a 2003. E, em homenagem à sua contribuição para o desenvolvimento do setor, foi incluído em nosso quadro de Associados Honorários.
Neste momento, a ABEGÁS se solidariza com a dor dos familiares e amigos, que Deus conforte vossos corações.
Fonte: Comunicação ABEGÁS
Nilce Cals: Gerente de Planejamento da Cegás
Ingressei na Companhia de Gás do Ceará (Cegás) em 2007 na área de Planejamento, após anos de experiência de Orçamento e Planejamento em outras companhias do Estado.
Mesmo com o fato deste ambiente historicamente ter um perfil masculino, encarei como um novo desafio a fim de quebrar esses paradigmas, tendo sempre a certeza de todo o preparo e o profissionalismo adquiridos ao longo da minha trajetória.
Nasci em Fortaleza (CE) e tive a oportunidade de ter uma sólida base familiar, constituída de cinco irmãos muito unidos. Minha formação educacional foi em colégio religioso, onde obtive bolsa integral por todo o curso, com forte transferência de valores que balizam minha vida pessoal e profissional.
Durante parte do período da graduação atuei como professora primária nessa mesma instituição de ensino. Cursei Economia na Universidade de Fortaleza, identificando-me com a área, iniciando minha atuação como estagiária na Secretária de Educação do Município de Fortaleza, no setor de Planejamento, sendo contratada como Economista, após a conclusão do curso, devido a avaliação dos meus então gestores.
Posteriormente, atuei como assessora do Diretor Financeiro, por 18 anos, na Companhia de Energia do Estado do Ceará. Trabalhei ainda na Secretaria de Infraestrutura do Estado do Ceará e na Companhia de Gestão de Recursos Hídricos, nesta como Chefe de Gabinete da Presidência.
Na Cegás, fui contratada para assumir a então Coordenadoria de Planejamento, hoje Gerência. Ao longo dos anos fomos assumindo novos papeis e desafios que me proporcionaram importantes conhecimentos e desenvolvimento profissional.
A Cegás tem apresentado um crescimento marcante nos últimos anos. Isso é fruto do comprometimento e da competência de toda a gestão e colaboradores da Companhia. Ainda temos muito a avançar.
Ao longo desses 14 anos venho tendo a oportunidade de participar de importantes projetos como a chegada do gás natural em novos municípios e a distribuição de Gás Natural Renovável (GNR) — um marco ambiental importante para a empresa e para minha vida profissional e pessoal.
Conforme nossa visão de futuro e em alinhamento com as estratégias estabelecidas, expandiremos para o interior e ampliaremos a oferta de GNR com o aproveitamento do biogás em aterros sanitários presentes em algumas regiões, contribuindo para o desenvolvimento do Estado do Ceará, o que me deixa orgulhosa e entusiasmada com o futuro da nossa empresa.
Tenho muito orgulho de pertencer a um grupo de mulheres competentes que gerenciam a Cegás com muita maestria. Todas as mulheres que fazem parte da Cegás, aliás, nas suas mais diversas áreas, desenvolvem suas atividades com muita competência, comprometimento e eficiência, fundamentais para o crescimento da Companhia.
Ao longo da minha carreira, sempre me posicionei de forma firme de modo a não perceber nenhum tipo de preconceito explicito. Devido à minha experiência e segurança profissional, sinto-me acolhida e reconhecida por todos aqueles com quem me relaciono, tanto o público externo como interno. Entretanto, sabemos que as mulheres sofrem diversos tipos de preconceitos e assédios. Com certeza, ainda há em diversos ambientes muito preconceito quanto a competência e a capacidade das mulheres no desenvolvimento de seu papel profissional, muito em decorrência da herança machista da sociedade.
Tenho 66 anos e, embora o mercado esteja em constante mudança, um profissional com meu perfil traz na bagagem uma grande experiência que muito contribui para formação de novos profissionais, ao mesmo tempo que somos renovados nessa troca de conhecimentos.
E às jovens que estejam dando seus primeiros passos na vida profissional, diria que nunca desistam do seu sonho. Lutem para alcançar seus objetivos e seus ideais, pois uma mulher é sempre uma guerreira, exercendo vários papeis na sociedade com grande competência e excelência. Independente da área de atuação podemos observar que a cada dia as mulheres vêm se destacando e firmando seu lugar na sociedade.
Sinto-me muito honrada em fazer parte da história dessa Companhia em que pude contribuir para solidez e reconhecimento no mercado além do compromisso com seus clientes e meio ambiente.
Estar na Cegás é uma grande conquista.
*Nilce Cals, 66 anos, é formada em Economia na Universidade de Fortaleza, com vasta formação e experiência na área de Orçamento e Planejamento.
Tábata Larissa Schütz dos Santos: Técnica de Gás Natural da SCGÁS
Sou natural de Cruz Alta (RS), mas morei boa parte da vida em Santa Maria (RS), onde fiz o Técnico em
Mecânica integrado ao ensino médio, que é o que me possibilitou estar na Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGAS).
Quando me inscrevi no concurso da empresa, vi enfim a oportunidade de aplicar os meus conhecimentos.
Afinal foram anos de muita dedicação para ser uma profissional habilitada aos 18 anos. Quando decidi prestar o concurso público, foram meses de estudos e abdicação de vida social, que resultaram no primeiro lugar dentre uma grande lista de inscritos, a grande maioria de homens.
Com certeza, estar nesse emprego é a minha maior conquista até hoje.
Entrei na SCGAS como Técnica de Gás Natural, em fevereiro de 2020 na área de Operação e Manutenção, a chamada linha de frente. Na companhia, sou a única mulher na Coordenadoria de Operações do Vale do Itajaí (COPVI).
É, sim, uma área com perfil masculino e eu já imaginava que seria assim. Mas isso nunca foi um problema, visto que desde o 1º ano no ensino médio minha convivência vem sendo majoritariamente com colegas masculinos.
Ao longo deste pouco mais de um ano, não tenho reclamações a fazer, nem tive divergências de gênero. E isso é incrível. Aliás, tive uma equipe que me acolheu super bem e que entende meus limites físicos.
Na minha função, demanda-se uma resistência física considerável, seja pelo levantamento de equipamentos, seja por suportar muitas horas de pé exposta ao sol/frio no acompanhamento de obras, dentre outras atividades que podem ser consideradas mais “fáceis de lidar” pelos homens. E é gratificante chegar no fim do dia e ter aguentado firme essas adversidades e, sobretudo, haver realizado um bom trabalho como pessoa, indiferente de gênero. O melhor é perceber que a equipe valoriza a minha dedicação em fazer o trabalho bem-feito.
Antes de entrar na SCGÁS eu já vinha me preparando mentalmente para possíveis embates, eventuais comentários machistas e outros problemas com os quais muitas mulheres convivem no dia a dia. E ficava imaginando como deveria reagir a isso em um ambiente de trabalho, como me portar, assuntos para evitar etc. Esse preparo psicológico e físico, somado a uma equipe madura, gerou um ambiente muito agradável para mim. Gostaria que outras mulheres, em outras empresas, pudessem usufruir diariamente de um ambiente tão respeitoso.
Em toda a Gerência de Operação e Manutenção, somos apenas duas técnicas lotadas em cidades diferentes e sempre que podemos, trocamos ideias, experiências e dificuldades. Quando tive a oportunidade de conhecer as demais colaboradoras, vi muitas mulheres nas mais diversas áreas, desenvolvendo atividades e cargos de chefia e sendo reconhecidas por isso. É o que me inspira todos os dias, saber que estamos juntas e somos respeitadas, mesmo sem o convívio próximo. Para mim, essa conversa com outras mulheres é extremamente importante, pois aprendemos a evitar dificuldades, damos e recebemos conselhos e alertamos sobre atitudes que não devem ser passadas em branco.
Como entrei na empresa logo no início da pandemia, ainda não tive oportunidade de participar de projetos com outras áreas, Mas como nossas atividades de campo são muito específicas, é gratificante, por exemplo, finalizar obras complexas com sucesso e sem expor a comunidade a nenhum tipo de risco. A operação e a manutenção têm disso, a tua exposição, a dos teus colegas, da população no entorno, a produção dos clientes que estão consumindo o gás natural e não podem parar… Você vive aquela intensidade de manter tudo sob controle, de preservar vidas e realizar um excelente trabalho.
No relacionamento externo, a maior dificuldade que vejo é transparecer a mesma capacidade e ser escutada até a conclusão, sem uma interrupção masculina. Vejo que muitas vezes preciso me dedicar e me impor muito mais para ser escutada. Não é fácil, mas eu acredito que o segredo é a resignação e não aceitar essa situação, buscar meu espaço e respeito todos os dias, dando meu melhor e pontuando situações que não podem se repetir.
Vejo que isso está mudando nos últimos anos, mas há muito ainda a melhorar. Os desafios são inúmeros: machismo, importunação sexual, desrespeito ou menosprezo de opiniões femininas…
Sei que outras mulheres vivem situações constrangedoras no ambiente de trabalho e fora dele. Além disso, há ainda o desconhecimento e falta de apoio de outras mulheres, que por não verem acontecer, podem não apoiar certas causas.
Felizmente, tive pouquíssimas situações inconvenientes devido à “armadura” que criei ao longo desses anos. Até para me proteger, eu não me exponho e procuro deixar minha vida pessoal bem separada da profissional. Até me contenho em piadas e comentários, porque nunca sabemos como somos interpretadas e o quanto pode prejudicar nossa reputação. É um fardo diário que aprendi a carregar para me resguardar tanto na vida pessoal quanto profissional.
Acredito que, com relação ao mercado de trabalho, é necessário sim que as empresas invistam em um ambiente de trabalho igualitário, promovendo palestras ou apresentações sobre comportamento, sobre reconhecimento para todos, não só para homens com as mulheres e vice-versa, mas também de as mulheres escutarem, entenderem e apoiarem as demais.
Desde que entrei na empresa, a SCGAS está atuando no projeto de maior pacote de obras e eu acredito muito nele. É claro que isso demanda esforço de todos os setores, mas, sendo do setor de operação, eu consigo ver cada novo cliente recebendo o gás natural em seu estabelecimento ou residência, o que torna muito gratificante ver que esse projeto está fluindo tão bem. Além disso, a SCGAS possui muitos projetos internos que melhoram e fortalecem as equipes, tanto tecnicamente quanto na questão de desenvolvimento pessoal, que acaba impactando no desenvolvimento da empresa também.
Minha mensagem para quem está na faculdade é se fortalecer e investir no autodesenvolvimento. Independente da área, temos embates diários, situações que nem sempre vão se resolver fácil. Piadas e outras inconveniências irão acontecer, mas o melhor que podemos fazer é preparar-se e mostrar que temos capacidade e conhecimento mais que suficiente. E que não é uma capacidade de suportar peso menor que vai nos impedir de fazer um trabalho bem-feito.
Posso dar o meu exemplo. Tenho muito orgulho de onde estou e quero continuar evoluindo e aprendendo – estou terminando a graduação de Engenharia Mecânica.
Sou filha única e muito do que sou devo aos meus pais, que sempre me incentivaram, não importasse o caminho eu escolhesse profissionalmente.
O apoio deles é tudo para mim.
*Tábata Larissa Schütz dos Santos, 26 anos, é técnica em Mecânica pelo Colégio Técnico Industrial de Santa Maria e cursa Engenharia Mecânica na Universidade de Blumenau