Telma Costa Thomé: Gerente de Qualidade e Planejamento da Gasmar e integrante do Conselho Fiscal da Abegás
Meu ambiente de trabalho é eminentemente masculino. Mas isso nunca constituiu nenhum impedimento na minha carreira profissional, embora tenha consciência que essa não seja a realidade de
muitas mulheres.
Em minha carreira, só tive um episódio em que me senti vista de modo inferior por ser mulher. Não o considerei relevante, nem guardei nenhum tipo de ressentimento. Continuei agindo normalmente, reafirmando minha certeza de que o que importa são as pessoas. Essa confiança é um legado familiar. Fui fortemente influenciada pela capacidade de liderança do meu pai. Ele era generoso, humano e inclusivo. Seu exemplo orientou minha trajetória.
Sempre valorizei o trabalho em equipe, a visão sistêmica e a disposição para aprender. Comecei minha vida profissional na então Companhia Energia do Maranhão (Cemar), na área de Planejamento de Mercado de Energia, onde permaneci por muitos anos, sempre na área de mercado, onde fui gerente e liderei, por ocasião da reestruturação do setor elétrico, a gestão do risco regulatório e o relacionamento institucional da empresa. Foram anos de muito aprendizado e de construção de muitos relacionamentos, que considero um valioso patrimônio construído e cuidado com muito respeito e responsabilidade.
Depois de longos anos na Cemar, iniciei um trabalho na iniciativa privada, prestando consultoria, com outros colegas, nas áreas de energia e meio ambiente. Nessa condição participamos e vencemos uma licitação pública para fazer, no Maranhão, a gestão e a fiscalização do Programa Luz para Todos, trabalho que liderei com muito prazer e que foi tratado como uma política pública de grande prioridade para a construção e desenvolvimento da infraestrutura de um estado, que, pela extensa área territorial, apresenta regiões de baixa densidade demográfica, o que, por muitos anos, não viabilizaria a construção de redes de distribuição de energia para atender essas regiões.
Nesse período, recebi o convite do então governador do estado, José Reinaldo Tavares, para assumir a presidência da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), missão que aceitei com muita honra e permaneci até o final de seu mandato. Na sequência, o governador eleito, Jackson Lago, me convidou para permanecer no cargo, o que mais uma vez, duplamente honrada, aceitei. Permaneci na presidência da empresa, ocasião em que construímos o caminho para assinar nosso primeiro contrato, com investidores que adquiriram, junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os chamados poços marginais de gás natural, localizados na área de amortecimento do Parque dos Lençóis Maranhenses.
Após essa gestão, nos quatro anos seguintes, me dediquei à academia, pois também sou professora universitária, e a consultorias nas áreas planejamento estratégico e de infraestrutura básica.
Em 2015, o governador Flávio Dino assumiu seu primeiro mandato e me honrou com o convite para assumir a presidência da Gasmar, agora pela terceira vez, cargo que permaneci até outubro de 2017, quando fui então contratada como gerente de Planejamento, posto que ocupo hoje e que me deu oportunidade de trabalhar diretamente com o desenvolvimento de equipe e construção de cenários de mercado de gás. Essa atribuição me permite aproveitar a grande experiência que adquiri ao longo desses anos no mercado de energia. E ainda tenho muito a aprender!
A Gasmar hoje é uma empresa que faz operação e manutenção de gasodutos na nossa base, em Santo Antônio dos Lopes, município-base da produção de gás e geração de energia térmica, na bacia de Parnaíba, pela Eneva.
Estamos trabalhando com a possibilidade de atender cliente industriais e o segmento veicular a partir de Gás Natural Liquefeito (GNL) e esse projeto tem o apoio de todos os stakeholders envolvidos no negócio. Tudo isso é um trabalho de uma equipe altamente qualificada e motivada. De modo que considero que o sucesso é de todos que possibilitaram chegar ao ponto em que estamos.
Sonhamos juntos com um futuro em que seremos uma grande empresa de gás no Nordeste, possibilitando os pilares da industrialização do estado, gerando cadeias de trabalho e renda, desenvolvendo conhecimentos e tecnologias e nos comprometendo com a sociedade em que operamos, nos mais altos padrões de ética e moral, valorizando pessoas, culturas e diferenças.
Felizmente, as pessoas são muito generosas comigo e com o reconhecimento do meu trabalho. Sou muito grata e posso assegurar que nada teria realizado na vida se não contasse com disposição de nunca desistir dos meus sonhos e com as pessoas e equipes que tive o privilégio de conviver e trabalhar. Elas são a melhor parte de tudo. Sou uma pessoa de fácil relacionamento e credito isso ao meu bom humor, do qual muito me orgulho. Não tenho episódios de dificuldade de relacionamento que possam ser registrados como representativos.
Gostaria de registrar que, ao conviver com meus alunos na faculdade e sempre que trabalho com pessoas bem mais jovens que eu, a minha percepção é de que essas questões de gênero perdem a relevância quanto maior é o nível de conhecimento da equipe e quanto mais ela for integrada, inclusiva e multigeracional. Isso me deixa muito confiante quanto a um futuro multicultural, inclusivo e tolerante.
Entretanto, creio que as sociedades em geral chegaram a um estágio de desequilíbrio de acessos, especialmente dos direitos fundamentais, educação, saúde, segurança, que é preciso repensar o modo como o público e o privado podem unir foças em busca de uma espécie de homeostase para entropia social. Permanecendo assim, não vejo com otimismo o reconhecimento e o acesso irrestrito, em condições de equidade, para a mulher no mercado de trabalho, do mesmo modo que considero preocupante, a ampliação do fosso que abriga cada vez mais pessoas em linha de extrema pobreza. Acredito que algo precisa ser revisto com urgência quanto a isso.
Minha mensagem é que precisamos nos amar mais, acreditar mais, confiar mais, em nós mesmas, lutar e não desistir dos nossos sonhos, nunca perder a disposição e capacidade para aprender, inclusive com os próprios erros, e confiar na educação como única fonte de verdadeira liberdade.
Com isso, é seguir vivendo com tolerância em relação as diferenças e aproveitado cada dia para fazer alguma diferença em relação às pessoas que a vida coloca em nosso caminho. E não hesitem em decidir quando há demanda isso, e são muitas.
Se não decidirmos, a vida decidirá, aleatoriamente, por nós, e o resultado quase sempre é indesejável.
* Telma Costa Thomé é formada em Administração na Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e possui MBA em Gestão Empresarial-Foco Negócios pela FGV/Isan.
Paula Souza Teixeira: Engenheira Mecatrônica na Gerência de Operação e Manutenção da Algás
Sempre fui criada para me tornar uma mulher independente. Acho que isso foi a maior riqueza que meus pais puderam me dar. Estudei até o ensino médio em Maceió, mas voltei para Recife, onde nasci, para
fazer a faculdade. Foi um desafio sair de casa aos 16 anos para morar e estudar longe da família, mas a experiência em Recife me proporcionou um crescimento pessoal e profissional incomparável.
Eu me considero alagoana de coração. Ao saber da oportunidade que surgiu na Gás de Alagoas S/A (Algás), fiquei feliz com a possibilidade de trabalhar mais próximo da minha família e amigos. Comecei trabalhando na área de atendimento ao cliente, mas logo tive a oportunidade de trabalhar na Gerência de Operação e Manutenção, que é um trabalho mais próximo da minha formação e que me deixou muito feliz de poder desenvolver atividades que são mais compatíveis com o meu perfil. Aqui tenho a possibilidade de aprender bastante e evoluir na carreira.
Faço atividades como o planejamento e controle de manutenção, operação do sistema supervisório da Algás, elaboração de documentações técnicas para aquisição de materiais e equipamentos. Além disso, acompanho algumas manutenções na rede de distribuição e operação e atuo na calibração de cromatógrafos.
São oito anos que estou na empresa e evidentemente tive vários desafios que me fizeram crescer profissionalmente. É uma conquista. Sou a única funcionária mulher dentro da Gerência. Isso não foi um problema. Sou engenheira e sempre trabalhei em ambientes predominantemente masculinos. Meu relacionamento com os colegas é ótimo. Já passei por preconceito em outras experiências profissionais e fico feliz em estar em um lugar onde sou tratada com respeito e como uma igual.
Mas ainda temos que lidar com preconceito, mesmo quando este parece um elogio. Certa vez, um técnico terceirizado que estava prestando serviço para a Algás chegou a comentar que ficara impressionado com minha postura de trabalho, como se esperasse que eu agisse de maneira diferente por ser mulher. Só porque coloquei a “mão na massa”.
Em outra situação, numa entrevista de emprego, me questionaram se eu não iria me incomodar de quebrar a unha numa atividade de campo. São coisas que não se perguntam ou falam aos homens. Eu já me acostumei ao longo de 11 anos de carreira com esse comportamento e hoje lido melhor. Se percebo que o comportamento está me prejudicando, eu me imponho.
De um modo geral, no mercado de trabalho, ainda há muito preconceito na área de engenharia. Muita gente acha que a engenheira supostamente não teria o mesmo nível de conhecimento de um homem, por exemplo. É muito comum ter que provar que você é capaz. Ainda precisamos ser vistas como tão competentes quanto os homens.
As perspectivas da Algás são boas, com a interiorização da rede e o crescimento da indústria. Espero conhecer e trabalhar com novas tecnologias e métodos de melhoria da distribuição.
Minha mensagem a todas as mulheres é que não abaixem a cabeça e se imponham dentro do ambiente de trabalho. Demonstrem que vocês são tão competentes quanto seus colegas homens.
* Paula Teixeira, 33 anos, é graduada em Engenharia Mecatrônica pela Universidade de Pernambuco e tem Pós-Graduação em Automação Industrial pela Faculdade Pitágoras.
Bernadete Martins Gaspar Rangel: Diretora de Administração e Finanças da MSGÁS
Tenho 11 anos de Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGÁS) e, felizmente, tem crescido a cada ano o número de lideranças femininas. Isso se deve ao fato de que a
empresa valoriza os profissionais por critérios de desempenho.
É uma honra ter sido a primeira funcionária concursada que chegou à diretoria e, de certo modo, servir como um exemplo para todas as mulheres da empresa.
Acredito que tenha sido um reconhecimento ao meu trabalho na Gerência Financeira, com uma postura proativa e construtiva.
Tenho grande satifação em contribuir para o desenvolvimento da MSGÁS, principalmente na conquista de novos clientes residenciais, comerciais e indústrias no Mato Grosso do Sul.
Admiro nossa forma de responder com rapidez às mudanças que se fazem necessárias, assim como aconteceu no início da pandemia, e me dedico para que desenvolver cada vez mais espaços de relacionamentos na empresa.
* Bernadete Martins Gaspar Rangel é formada em Administração de Empresas com MBA em Finanças . Ingressou na MSGÁS em 2010 e tem passagens pela Sanesul. Foi suplente do Conselho Fiscal da Abegás no mandato 2017/2020.
Natália Frazão: Engenheira de Operações da Copergás
Tenho mais de 20 anos de carreira, mas a Engenharia sempre esteve ao meu redor. Meus avôs eram práticos em elétrica, eletrônica e edificações. Meus pais se conheceram na faculdade de Engenharia Elétrica.
Finalmente, meu irmão é técnico em eletrônica. E sempre gostei de desmontar as coisas para saber como elas funcionavam. Então, nunca me ocorreu estudar outra coisa.
Quando chegou o vestibular, a Engenharia me pareceu a escolha certa. E a Mecânica se mostrou a especialidade que me faz feliz. Minha turma tinha exatos 10% de mulheres. Éramos 12 alunas entre os 120 alunos nas cinco especialidades (Mecânica, Aeronáutica, Elétrica, Computação e Infraestrutura). E esta era a mesma proporção dentro do Instituto Tecnológico de Aeronáutica naquela época. Mas não esperava encontrar um ambiente diferente, considerando-se que se tratava de uma universidade militar de engenharia.
Logo que saí da faculdade fui trabalhar com manutenção em uma empresa do setor siderúrgico. Encontrei um ambiente desafiador, tanto por ser mulher como por ser muito nova. Porém, como já vinha do meio militar, onde o machismo não se preocupa em ser velado, eu acredito que já tinha criado uma armadura capaz de aguentar o preconceito e os desafios que me foram impostos.
Várias vezes me deparei com o preconceito por ser mulher, por ser nordestina e por ser jovem. O pior é quando todos eles vêm junto. Como lidar? Eu diria que primeiro se tenta pela via da conversa explicando como tal atitude é inadequada, quando isso não resolve temos que ser firmes, diretas e dobrá-los mostrando um trabalho excepcional, deixando claro que eles seriam incapazes de fazer algo no mesmo nível de qualidade. Se ainda assim a situação continua, seria a hora de envolver os superiores, ouvidores, conselho de ética e, em casos extremos, a polícia. Infelizmente, ainda existem no mundo pessoas que só vão se dobrar a lhe tratar corretamente quando tiverem diante de autoridades.
Entrei na Copergás em outubro de 2012. Foi uma feliz coincidência: em janeiro daquele ano, tinha pedido demissão e resolvido tirar um ano sabático. Naquele momento, a carreira não era o meu foco. Queria simplesmente viver. Portanto quando recebi a convocação da Copergás, depois de ser aprovada em concurso público, não tinha grandes expectativas nem planos profissionais. Apenas o desejo de entregar algo para a sociedade.
O que me atraía era a chance de continuar exercendo a engenharia num ambiente menos estressante do que antes. Tinha muita confiança. Estudo muito os processos e procuro entender bem a técnica sob minha responsabilidade. E foi muito bom contar com a contribuição da equipe. Ao longo de minha carreira, aprendi que não adianta saber o que precisa ser feito, ter a melhor técnica ou conhecer as melhores máquinas e processos se não estivermos alinhados como equipe e como instituição. As pessoas é que fazem qualquer serviço dar certo ou errado.
Desde que entrei já realizei serviços para vários setores da Copergás. Gerenciei equipe, já fui responsável pela implementação de um projeto estratégico e muitas oportunidades e desafios me foram proporcionados pela companhia. Hoje, creio ter consolidado minha posição de uma boa engenheira e vejo o reconhecimento do meu trabalho por vários colegas de trabalho. Isso é sempre agradável.
Nesse período, os projetos mais marcantes na Copergás foram a implementação do Manual de Ativos Patrimoniais, que me fez sair um pouco da engenharia para entender de contabilidade, almoxarifado e como as atividades da manutenção e engenharia podem impactar positiva e negativamente no valor da empresa. Mas o que mais me modificou foi a gestão da equipe de manutenção, pois foi um período de um ano e meio eu tive que conhecer bem cada um dos funcionários, entender suas motivações, angústias e expectativas para tentar administrar os conflitos, ambições e trabalhos no meio de grandes mudanças tanto no processo de trabalho da companhia como na liderança acima de mim. Além disso, foi com esta equipe que eu me deparei com o desafio de chefiar uma mulher pela primeira vez.
Embora eu seja a única engenheira na companhia, esse fato não é relevante no dia a dia. Mas, refletindo sobre o assunto, eu acho uma pena. Certamente, a presença de mais mulheres na área operacional traria mudanças significativas nas relações dentro da empresa. Além de muitos estudiosos afirmarem que as mulheres, principalmente em situações de liderança, são mais atenciosas ao ambiente de trabalho e no clima organizacional. Pela minha experiência anterior, sei que ambientes com maior presença feminina são menos estressantes, há menos “puxadas de tapete” e há uma maior percepção sobre as funções e atividades nas quais cada profissional pode produzir melhores resultados.
Nas nossas atividades, temos muitos contatos externos e, de um modo geral, nós, mulheres, precisamos muitas vezes ser firmes para impedir que sejamos menosprezadas e diminuídas só pelo fato de ser mulher, ou seja, ter uma atenção aos poucos homens que eventualmente não saibam se comportar adequadamente no ambiente profissional. Mas, por outro lado, também há situações em que há uma superproteção, uma atenção exagerada que, no meu ponto de vista, também precisa ser combatida.
No ambiente profissional, de uma maneira mais ampla, entendo que todos precisamos ser avaliados e tratados pelo nosso trabalho e nossas atitudes profissionais. Homens e mulheres devem ter os mesmos tratamento e regras. É claro que existem homens que entendem e percebem essas atitudes inaceitáveis da parte de outros homens e nos ajudam nesta batalha. Mas também existem mulheres que são tão ou mais preconceituosas. Eu gostaria muito de poder dizer que nunca passei ou que nunca mais vou passar por situações constrangedoras. Mas nenhuma delas me fez desistir daquilo que faço.
Acredito que, sim, podemos mudar a forma de pensar de várias pessoas sobre este e outros preconceitos, mas não sou ingênua de acreditar que podemos mudar a todos.
No mundo, ainda falta muito para que as sociedades mudem e tenhamos plena equidade. Em alguns países falta mais, em outros menos. No Brasil, acho que houve um retrocesso. O País precisa evoluir em educação da população e, principalmente, em garantir que sejam garantidos os direitos básicos à vida e à proteção das mulheres contra seus agressores. Quanto ao reconhecimento, à equiparação salarial e de oportunidades, isso precisará ser adquirido por meio da batalha diária das mulheres.
O mercado de gás no Brasil ainda tem muitas localidades para atingir. Precisamos interiorizar o fornecimento e atingir as várias regiões de forma mais igual. Mas, para atrair os investimentos necessários para tal crescimento, precisamos de um arcabouço jurídico e regulamentação que dê segurança para os novos entrantes no sistema. vejo que temos muito a aprender com a organização do sistema elétrico, com o fim do monopólio da Petrobras, é crucial que tenhamos a interligação das redes estaduais e que sejam criadas figuras semelhantes ao ONS e a CCEE existentes no sistema elétrico. Além disso, eu creio ser de suma importância o fortalecimento do setor de gás dentro da ANP.
Para o futuro, o que me move e me entusiasma é continuar sempre aprendendo novas tecnologias, processos e habilidades que me permitam continuar a contribuir com o crescimento do nosso país.
* Natália Frazão, 39 anos, nascida e criada no Recife. É formada em Engenharia Mecânica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e em Relações Internacionais pela Universidade Estácio de Sá. Tem MBA em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Thais Yamane: Gerente de Mercado Urbano e Veicular da GasBrasiliano
Me orgulho de ser gerente de mercado urbano e veicular da GasBrasiliano e saber que auxiliei a companhia a chegar a mais de 34 mil clientes no Noroeste do Estado de São Paulo.
Sou uma apaixonada e entusiasta de todos os benefícios trazidos pelo gás natural canalizado e saber que ajudo as famílias e os estabelecimentos a se sentirem mais seguros e confortáveis é algo que me motiva todos os dias a fazer um trabalho que eu amo.
Iniciei minha trajetória na GasBrasiliano em 2006, época em que a presença feminina ainda era muito modesta. Na linha de frente do gás natural, fui uma das primeiras a atuar com questões técnicas e comerciais e, a partir de 2011, focar meu trabalho nos mercados residencial e comercial, assumindo a gerência em 2013.
Fico muito feliz em perceber como a representatividade feminina cresceu no setor de gás natural canalizado nos últimos anos e espero que a parcela de mulheres que atuam no setor continue crescendo exponencialmente.
* Thais Yamane é formada em Administração pelo Centro Universitário Central Paulista (UNICEP) e em Gestão Comercial, Contratos e Desenvolvimento do Mercado Urbano na Universidade Petrobras.
Distribuidoras do Centro-Sul promoveram workshop para apresentação de Chamada Pública
Evento digital reuniu cerca de 100 pessoas ; Público foi formado por representantes de potenciais supridores e agentes do mercado de gás.
As Distribuidoras de Gás Canalizado do Centro-Sul do país, em conjunto com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), promoveram na manhã desta quarta-feira (10/03) um Workshop para apresentação da Chamada Pública Coordenada para propostas de suprimento de gás natural lançada no início do mês. O evento digital reuniu cerca de 100 pessoas e o público foi formado majoritariamente por representantes de potenciais supridores e agentes do mercado de gás.
A iniciativa das empresas MSGÁS (Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul), GasBrasiliano (Gas Brasiliano Distribuidora), Compagas (Companhia Paranaense de Gás), SCGÁS (Companhia de Gás de Santa Catarina) e SULGÁS (Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul) objetivou a máxima transparência ao processo, além da apresentação das necessidades e demandas de cada distribuidora e o esclarecimento de dúvidas dos participantes.
O lançamento da CP22 – como está sendo chamado o processo – ocorreu no dia 1º de março e contempla um potencial de contratação para o período 2022/2023 de até 3,5 milhões de m³/dia, com o objetivo de complementar os volumes parcialmente já contratados pelas distribuidoras para atendimento de seus mercados cativos neste período. A partir de 2024, os volumes são indicativos e projetam o atendimento potencial total dos mercados das distribuidoras participantes do processo, superando então a marca de 6,7 milhões de m³/dia.
Esta é a segunda Chamada Pública Coordenada lançada pelas distribuidoras do Centro-Sul em pouco mais de dois anos, com o objetivo de contribuir com a abertura de mercado de gás no país. Juntas, as cinco distribuidoras que integram a CP22 respondem por 15% do mercado de distribuição de gás no Brasil, atendendo mais de 140 mil consumidores.
O edital unificado e os respectivos termos de referência de cada distribuidora estão disponibilizados nos sites das distribuidoras. Devido à especificidade das características de cada distribuidora em relação a volumes e pontos de entrega, os termos são individualizados por Companhia, porém todas as demais informações serão tratadas de forma coordenada entre as cinco concessionárias.
Sites das empresas participantes:
MSGÁS: www.msgas.com.br
GasBrasiliano: www.gasbrasiliano.com.br
COMPAGAS: www.compagas.com.br
SCGÁS: www.scgas.com.br
SULGÁS: www.sulgas.rs.gov.br
Fonte: Comunicação DIstribuidoras do Centro-Sul
Equidade é tema importante para gerências de RH
Gerentes da área de gestão de pessoas da Sulgás e SCGÁS comentam sobre a importância de isonomia no ambiente de trabalhoA remuneração é um dos pontos cruciais quando o tema é equidade de gênero.
Em um mundo em que o ESG ganha relevância, as políticas de governança ganham foco. E a isonomia passa a ser vantagem na valoração do capital humano de muitas empresas.
“Como empresa pública, a Sulgás tem seu processo de admissão por concurso público, que por suas

Scarlet Carpes, gerente de Gestão de Pessoas da Sulgás: companhia tem mulheres em todas as linhas de frente. Foto: Arquivo Pessoal.
próprias características, traz isonomia às possibilidades de contratação para homens e mulheres”, explica a gerente de Gestão de Pessoas, Scarlet Carpes.
“Nossas políticas de pessoal e benefícios refletem esse tratamento isonômico e a busca por um ambiente ‘salutar’ e seguro para a mulher. Entre essas medidas estão a matriz salarial única para todos os empregados de mesmo cargo, com possibilidades de crescimento na carreira iguais para os colaboradores”, acrescenta Scarlet, que é pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Um dos reflexos dessa governança, segundo ela, é a presença de mulheres em todas as linhas de frente: em atividades de fiscalização de obras, comerciais, de projetos de engenharia, coordenação e gerência de áreas, assistência executiva à Diretoria, e inclusive em órgão da estrutura diretiva da Sulgás.
Com 11 anos de Sulgás, seis deles na gerência, Scarlet vê um aumento gradual de mulheres em cargos de liderança. Das 15 posições em nível de gerência e coordenação direta, sete são lideradas por mulheres. “Elas contribuem amplamente para o alcance dos objetivos estratégicos. Esse trabalho é tão significativo que as levou a postos de gestão com elevado nível de representatividade”, diz a executiva.
Além de empregadas concursadas e estagiárias, a Sulgás é uma das mantenedoras da Fundação Projeto Pescar, organização não governamental e sem fins lucrativos. “Inclusive dentre os alunos de nosso Projeto Pescar vemos um crescente interesse de meninas em adquirir formação de gasista para atuar nesse ramo”, revela Scarlet.
A Gerente de Recursos Humanos da SCGÁS (Companhia de Gás de Santa Catarina), Adelci Taffarel, com

Adelci Taffarel, gerente de Recursos Humanos da SCGÁS: “Mulheres precisam ocupar seu espaço”. Foto: Arquivo pessoal
mais de 20 anos de experiência, 15 deles na companhia, destaca que na empresa as mulheres não têm tratamento diferenciado. “Ele é de igual para igual, independente do cargo. Vejo isso de forma bastante positiva, pois não há discriminação, assim como não há privilégios”, ressalta.
Pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas pelo Centro Internacional de Estudos do Conesul, Adelci admite que a participação feminina ainda está abaixo do desejável na força de trabalho, reflexo de um setor que predominantemente demanda uma formação em engenharia ou em área técnica, campos historicamente com presença menor de mulheres.
“Mas observamos um movimento global crescente com participação das mulheres em todos os setores. E as oportunidades são feitas por nós”, ressalta.
Diante das oportunidades de expansão no setor, a gerente defende que as mulheres não se acanhem. “Na minha visão, as mulheres precisam buscar o seu destaque, ocupar seu espaço, ser encorajadas a sonhar alto, assumir riscos e se lançarem em busca de seus objetivos sem medo. Muitas mulheres têm desempenhos superiores aos dos homens. No entanto, elas próprias não têm essa percepção.”
Fonte: Comunicação ABEGÁS
Mulheres assumem comando em áreas técnicas, comerciais e jurídicas das empresas
Comgás tem primeira mulher na Diretoria de Operações, liderando um time com mais de 500 pessoas
Não é segredo que a presença feminina ainda seja minoritária no setor de infraestrutura. A boa notícia é que esse panorama gradualmente vem mudando, mesmo em territórios que antes eram exclusivamente masculinos: os cargos de liderança em áreas técnicas, operacionais e até mesmo jurídicas.
Esse cenário também vem acontecendo nas companhias de gás canalizado. Um dos exemplos mais emblemáticos é a Companhia de Gás de São Paulo (Comgás). Na maior distribuidora do País, a Diretoria de Operações e Serviços tem o comando de Carla Sautchuk, a primeira mulher nessa função na história da companhia, que se aproxima dos 150 anos.

Carla Sautchuk: engenheira dirige a área operacional de uma empresa que conta com mais 2 milhões de clientes. Foto: Divulgação
Formada em Engenheira Civil pela Universidade de São Paulo (Poli-USP), Carla desde cedo enfrentou desafios. Era uma das 10 em uma turma de 200 alunos. Recebeu seu primeiro não em uma entrevista de estágio: o recrutador partiu do pressuposto que aquela vaga exigia atividades que só poderiam ser executadas por homens. “Hoje esse profissional é meu colega e me respeita muito. Brinco com ele dizendo: olha o que você perdeu! Eu traria bons resultados”, conta Carla.
Sua habilidade em criar soluções aplicáveis ao negócio a levou a ser convidada, em 2014, para integrar o time e assumir a gerência-executiva de desenvolvimento e inovação. “A proposta da Comgás me pegou de surpresa e a princípio me intimidou, mas pensei: o que eu não posso realizar em uma grande companhia como a Comgás?”, conta ela.
Ela não se considera uma típica engenheira. “Tenho tendência a ser mais generalista do que especialista, além do olhar voltado para as pessoas. Sempre gostei de inovação e de focar a aplicação na prática. Meu desejo é sempre o de implantar projetos que tenham alto teor transformacional”, explica.
Em 2017 foi convidada a assumir a gerência-executiva de engenharia da Comgás. “Esse foi um grande desafio pois me deu a oportunidade de ver com mais detalhes a amplitude de temas que eu poderia desenvolver, unindo um olhar de tecnologia, processos e inovação tecnológica”.
Além disso, deparou-se com um tema-chave em uma empresa de gás: a segurança operacional. “Essa é uma bandeira que carrego comigo e pretendo deixar um grande legado”, diz Carla, referindo-se à necessidade de aculturar e influenciar pessoas, empresas e sociedade numa visão de gestão de risco.
O reconhecimento chegou em forma de convite: a cadeira de Diretora de Operações e Serviços de uma empresa que hoje conta com mais 2 milhões de clientes.
Carla lidera um time de mais de 500 pessoas. A engenheira considera que é preciso trabalhar a autoconfiança, para a mulher não perder sua essência. Por ter enfrentado muitos desafios em um ambiente majoritariamente masculino, acredita ter desenvolvido meios para ser ouvida, e estratégias para se posicionar.
Um aprendizado, diz ela, é que a mulher não precisa deixar de ser quem ela é para se adequar a uma função. “Posso ser a única mulher do ambiente, mas não deixo de ter minha sensibilidade e sentimentos, e não deixo de demonstrá-los por medo de ser interpretada como mais fraca”, explica.
O que ela mais gosta é de ser desafiada. E, principalmente. de trabalhar com pessoas de diferentes perfis, culturas e formações. “Quando vejo propósito, me engajo de corpo e alma. Por isso, procuro trazer as pessoas para se engajarem junto comigo”, completa.
A Comgás tem outras duas diretoras: Elisangela Ferreira Martins (Pessoas e Cultura) e Milena Brito (Segurança, Engenharia e Suprimentos). Mas outro ponto relevante é a presença de mulher no Conselho de Administração da Companhia, Maria Rita de Carvalho Drummond, que acumula o comando da Diretoria Jurídica da Cosan.

Gabriela Duarte, diretora Técnica e Comercial da Bahiagás: pluralidade no ambiente corporativo traz uma maior conexão entre a empresa e o ambiente externo. Foto: Assessoria de Imprensa.
Bahiagás: reconhecimento às mulheres
Outra mulher em cargo com essa dimensão é Gabriela Duarte. Ela ocupa uma das três cadeiras da diretoria Executiva da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás) e responde pela Diretoria Técnica e Comercial.
“Comecei minha vida profissional na Petrobras em 2001, na recém criada Diretoria de Gás, e atuei na área comercial tanto diretamente com as Companhias Distribuidoras de Gás como na negociação do gás da Bolívia”, relata.
“No ano de 2014 fui convidada a migrar para o setor de distribuição em função de aposentadoria do colega que estava à frente da Diretoria Técnica e Comercial. Em função desta experiência, quando situação similar de aposentadoria aconteceu na Bahiagás em julho de 2017, fui novamente convocada para essa nova missão. Uma grande honra”, exclama.
Segundo ela, mesmo numericamente em desvantagem, a concessionária conta com várias mulheres que são fonte diária de inspiração. “Na Bahiagás, sem dúvida, o respeito e reconhecimento às colaborações trazidas pelas mulheres – pela junção entre a formação necessária e o olhar feminino – no ambiente de negócios cresceu muito nos últimos anos”, destaca Gabriela.
Segundo ela, a pluralidade no ambiente corporativo traz uma maior conexão entre a empresa e o ambiente formado por clientes, o mercado em geral, a cidade, o estado e, finalmente, o mundo.
“A conexão entre o que acontece dentro da empresa com o que acontece fora é importante para a sustentabilidade dos negócios em médio e longo prazos”, observa.
No Rio de Janeiro, a Naturgy do Brasil tem quatro mulheres na diretoria. Uma delas é Christiane Delart, diretora de Gestão de Rede. As demais respondem pela Diretoria Comercial (Bianca Mascaro), Diretoria de Serviços Jurídicos (Bruna Guimarães de Souza) e Diretoria de Recursos (Daniele Conrado).
Em três concessionárias, a função de Diretora Administrativa e Financeira tem a condução de mulheres: Bernadete Martins Rangel, na Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGÁS); Taciana Danzi, na Companhia Paraibana de Gás (PBGÁS); e Eliana de Menezes Bandeira, na Companhia Potiguar de Gás (Potigás).

Thais Yamane foi uma das primeiras mulheres a atuar na linha de frente do gás natural no Noroeste do estado. Foto Arquivo pessoal
No interior paulista, a GasBrasiliano conta com a experiência de Thais Yamane, gerente de Mercado Urbano e Veicular. Ela é formada em Administração pelo Centro Universitário Central Paulista (Unicep) e em Gestão Comercial, Contratos e Desenvolvimento do Mercado Urbano na Universidade Petrobras.
Apaixonada pelo trabalho, Thais está na empresa desde 2006 e foi uma das primeiras mulheres a atuar na linha de frente do gás natural no Noroeste do estado, participando de questões técnicas e comerciais que ajudaram a companhia a chegar à marca de mais de 33 mil clientes atendidos.
Outra mulher em posição de liderança na GasBrasiliano é a gerente jurídica Liana Costa e Campos. Funcionária concursada da Petrobras, Liana foi convidada para assumir o cargo em 2011. Além de comandar o departamento jurídico, também exerceu a gestão dos processos de governança.

Liana: primeira mulher a ocupar gerência em toda a história da GasBrasiliano. Foto: Arquivo pessoal
Sou a primeira gerente do sexo feminino em toda a história da GasBrasiliano. No começo enfrentei certa resistência por ser um ambiente extremamente masculino. Mas hoje não percebo mais isso. Tenho a confiança de todos e consegui mostrar que o jurídico é um parceiro e não um empecilho. O advogado empresarial é um viabilizador jurídico de negócios”, afirma.
Liana diz que um momento marcante em sua carreira foi quando a equipe da gerência de projetos de engenharia a chamou para participar da decisão do melhor local para a instalação e novos dutos. “Quando um departamento técnico chama o jurídico para participar das decisões é porque entendeu que estamos aqui para ajudar e mostrar o melhor caminho para que aquele projeto seja viabilizado e não tenha problemas futuros.”
Na Companhia de Gás do Ceará (Cegás), mais da metade dos cargos de gerência tem gestão feminina. São 7 entre os 13 gerentes, incluindo funções como as áreas comercial, jurídica, administrativa, financeira, de planejamento, de recursos humanos e de licitações, contratos e suprimentos.
Fonte: Comunicação ABEGÁS
Morre Ubirajara Rayol Filho, diretor fundador da Copergás
O engenheiro Ubirajara Rayol Filho faleceu neste domingo (7), em Brasília (DF), vítima da Covid-19. Profissional da Petrobras, ele teve participação decisiva na criação das companhias estaduais de distribuição de gás natural, no início dos anos 1990, e foi diretor fundador da Copergás, onde exerceu o cargo de Diretor Técnico-Comercial no período de 1992 a 1995. Em seguida foi membro titular do Conselho de Administração da Copergás, de 1998 a 2014, e membro suplente de 2015 a 2018.
Ubirajara Rayol Filho tinha 69 anos e estava morando em Brasília. Deixa esposa, Lúcia, e dois filhos, Rafael e Guilherme Rayol. O sepultamento ocorreu em Fortaleza, onde mora sua mãe, Maria Franssinetti Rayol.
Sua morte foi lamentada por todos que o conheceram e foram testemunhas da competência, dedicação e generosidade com que ele se destacava como dirigente e colega de trabalho. O atual Diretor Técnico-Comercial da Copergás, Fabrício Bomtempo, destacou a trajetória dele. “Dr. Ubirajara Rayol Filho foi um dos grandes responsáveis pela criação das Companhias de Distribuição de Gás Natural tal qual existem hoje”, afirmou Fabrício, que o conheceu pessoalmente. “Uma pessoa de capacidade extraordinária e inteligência ímpar, graduado em Engenharia Civil, Matemática e Direito, uma referência na Petrobras. Uma mente inquieta sempre em busca de aprendizado e crescimento, deixa um legado enorme para o setor, com destaque para a Copergás, que teve o privilégio de contar com o seu vasto conhecimento como Diretor e Conselheiro por muitos anos. Diretor fundador da Copergás, deixa um legado importante e saudades pela pessoa generosa e humana que era”, completou.
A Coordenadora da Secretaria Geral, Cristina Santos, enfatizou o legado deixado por ele: “Dr. Rayol era um professor nato, bastante observador e justo, de uma memória brilhante e paciente. Foi muito importante para meu crescimento profissional na Copergás desde 1994”.
Fonte: Comunicação Copergás
Nota de Pesar
É com grande pesar que a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (ABEGÁS) recebe a notícia do falecimento de Ubirajara Rayol Filho, reconhecido por seu notório saber e por sua longeva e bem sucedida carreira na indústria do gás natural.
Neste momento nos solidarizamos com a dor dos familiares e amigos, que Deus conforte vossos corações.
Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado