Com planos para investir cerca de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos na sua rede de gasodutos, a Transportadora Associada de Gás (TAG) saiu em defesa de mudanças no marco legal do gás natural, para tornar mais ágil a construção de novos dutos no país.
Em meio aos atritos diplomáticos entre os governos do Brasil e da França, nas últimas semanas, o diretor-presidente da TAG, Gustavo Labanca, disse que “nada muda” nos planos da companhia, controlada pelo grupo francês Engie, e que a multinacional continua atenta a oportunidades de negócios no país.
“Nossa presidente [global da Engie, Isabelle Kocher] deixou claro que nada muda em relação ao nosso investimento no país no longo prazo. Não estamos no Brasil para ficar um ou dois anos. Estamos pensando em mais 20, mais 30 anos”, afirmou Labanca a jornalistas, durante participação na Rio Pipeline, promovido pelo instituto Brasileiro do Petróleo (IBP).
Labanca disse que, mesmo após concluir a compra da TAG, no valor de R$ 33,5 bilhões, junto com o fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ), a Engie mantém o interesse em novos negócios no Brasil. Um deles é a estocagem de gás.
O grupo francês, segundo o executivo, está mapeando algumas áreas com potencial para armazenagem, com foco no Espírito Santo e Bahia.
A nova administração da TAG tem planos de investir R$ 1 bilhão em cinco anos, com interesse na manutenção da atual rede de gasodutos e nas interconexões da malha com novos pontos de oferta de gás. O diretor de operações da empresa, Emmanuel Delfosse, disse que a mudança do regime de outorga para construção de novos gasodutos, da concessão para a autorização, “seria um caminho para facilitar” os investimentos da companhia na extensão de sua rede. Uma proposta de alteração da outorga tramita hoje no Congresso.
Para Delfosse, o regime de concessão é um “processo demorado que não consegue balancear e coordenar uma oferta de gás” com a construção de novos dutos. Implementado em 2010, com a Lei do Gás, o regime de concessão nunca saiu do papel.
Segundo Labanca, os planos da TAG estão mais concentrados na interconexão dos gasodutos existentes com os pontos de oferta ainda não conectados ao sistema, como terminais de gás natural liquefeito (GNL).
“Não significa construir muitos quilômetros [de gasodutos], mas conectar trechos hoje não conectados”, afirmou.
Labanca comentou, no entanto, que por ora ainda não há planos de construção de grandes redes. Segundo ele, o investimento em novos projetos desse tipo dependerá do comportamento da demanda nos próximos anos.
Fonte: Valor Econômico
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