A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima um potencial de investimentos de cerca de R$ 17 bilhões em novos gasodutos terrestres no Brasil, nos próximos anos, em meio ao cenário de abertura do mercado brasileiro de gás natural e o crescimento da produção nacional.
O Plano indicativo de Gasodutos de Transporte (PIG) da estatal prevê 11 novos projetos que, se confirmados, poderiam elevar em 20% a malha de gasodutos do país. O PIG substituirá o Plano Decenal de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário (Pemat), que tinha um caráter mais determinativo, indicando que projetos seriam licitados pelo governo sob o regime de concessão. Já o PIG toma como base informações de mercado, planos de investimentos dos transportadores e diretrizes do Ministério de Minas e Energia (MME) e tem um caráter meramente indicativo, cabendo à iniciativa privada a decisão de investimento.
Segundo o diretor de estudos do petróleo, gás e biocombustíveis da EPE, José Mauro Coelho, o plano contempla, basicamente, projetos já existentes de gasodutos e que possuem autorização para construção; e projetos de novos gasodutos para conectar novos pontos de oferta, como terminais de regaseificação e novas unidades de processamento, à malha integrada de gasodutos.
“Nossa preocupação é que não criemos ilhas de oferta, que esses pontos sejam interligados à malha de transportes”, disse Coelho.
A EPE vê potencial para construção de 11 novos gasodutos terrestres no Brasil, nos próximos anos, que somam cerca de 1,7 mil quilômetros de extensão. Hoje, a malha brasileira é de 9,4 mil quilômetros.
Dentre os projetos já existentes, a EPE indica a construção do trecho Uruguaiana/RS-Porto Alegre/RS (R$ 4,6 bilhões) e o Brasil Central (R$ 7,1 bilhões), que conecta São Carlos (SP) a Brasília. A estatal também cita a extensão de gasodutos já existentes, como a duplicação do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), de Siderópolis (SC) a Canoas (RS), estimado em R$ 1,8 bilhão.
Já entre os novos projetos, que visam a conectar novos pontos de oferta, isolados, à malha integrada, a EPE indica outros oito gasodutos, a maioria deles para interligação de terminais de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL), como as plantas em construção no Açu, em São João da Barra (RJ) e Barra dos Coqueiros (SE). Esses dois gasodutos são estimados em R$ 355 milhões e R$ 276 milhões, respectivamente.
A estatal também vê potencial para futuros novos terminais de GNL em Imbituba e Babitonga, ambos em Santa Catarina, e no Porto Central (ES). Se viabilizadas essas plantas, seriam necessários três novos gasodutos que somam investimentos de R$ 1,5 bilhão. A estatal também indica a necessidade de interligação do projeto de gaseificação de carvão da Mina Guaíba (RS), de R$ 200 milhões, e de gasodutos para conexão de futuras novas unidades de processamento de gás natural (UPGNs) no Porto de Itaguaí/RJ (R$ 542 milhões) e Cubatão/SP (R$ 547 milhões).
Fonte: Valor Online
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