Os contratos futuros do petróleo voltaram a desabar nesta sexta-feira (27) e terminaram a sessão nos menores níveis desde o início do século. Os investidores seguem monitorando o avanço da propagação da pandemia de coronavírus pelo mundo, com governos adotando a medidas de distanciamento social, o que enfraquece a demanda global pela commodity.
Com isso, as referências do petróleo registraram a quinta semana consecutiva de queda. Os contratos futuros do Brent para maio encerraram a semana negociados a US$ 24,93 o barril, em desvalorização de 5,35% na ICE, em Londres. Já os preços do West Texas Intermediate (WTI) para janeiro recuaram 4,82%, a US$ 21,51 o barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
No acumulado da semana, as quedas foram de 7,26% e 3,03%, respectivamente. Foi o menor valor de fechamento para o WTI desde fevereiro de 2002.
“O coronavírus está interrompendo a atividade econômica global muito mais do que havíamos pensado anteriormente. Como resultado, agora, esperamos que a demanda global de petróleo caia 6,5% em 2020, para pouco menos de 94 milhões de barris por dia”, afirmou Samuel Burman, economista assistente de commodities da Capital Econômica.
Para o petróleo, “o foco continua no lado da demanda do mercado, com a expectativa de que a demanda por petróleo estenda seu declínio a um recorde nas próximas semanas, à medida que um número crescente de países implementa medidas de bloqueio”, disse Robbie Fraser, analista de commodities da Schneider Electric.
Segundo ele, até que a demanda comece a se recuperar, qualquer negociação entre a Arábia Saudita e a Rússia para restaurar os cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, “ou os esforços contínuos da Arábia Saudita para inundar o mercado, parecerão relativamente pequenos em comparação com o forte recuo de demanda ”, afirmou Fraser, em uma nota diária.
Os atuais cortes na produção do OPEP + expiram no final deste mês. “Do ponto de vista econômico, a produção dos EUA e do Canadá está sob extrema pressão com os preços atuais e deve cair nos próximos meses”, acrescentou.
Nesta sexta-feira, a Arábia Saudita disse que o reino ainda não teve nenhum contato com Moscou sobre cortes na produção de petróleo ou na construção da aliança OPEP +, de acordo com a Bloomberg News.
Fonte: Valor Online
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