O presidente da CEGÁS, Hugo Figueirêdo, apresentou, hoje, no seminário Proenergia 2020, palestra sobre as vantagens e oportunidades para o aproveitamento do biogás na matriz energética do Ceará.
Realizado pela primeira vez em 2019, o Proenergia chega a sua 2ª edição com o intuito de debater proposições e desafios relacionados à energia no Estado do Ceará. Promovido pelo Sindienergia-CE, em parceria com a Fiec (Federação das Indústrias do Estado do Ceará e o Sebrae, o encontro acontece de forma digital neste ano, por conta da pandemia do coronavírus, nos dias 18, 19 e 20 de novembro.
Figueirêdo começou sua palestra enfatizando que a CEGÁS tem se posicionado como protagonista no processo de substituição de combustíveis fósseis e de transição para uma economia cada vez mais limpa. E citou como exemplo disso o uso de Gás Natural Renovável (GNR ou biometano), purificado a partir do biogás produzido pela decomposição de resíduos sólidos no ASMOC (Aterro Sanitário Municipal Oeste de Caucaia), que diariamente recebe cerca de 3 mil toneladas de resíduos sólidos domiciliares.
Após relatar a origem do gás natural distribuído pela CEGÁS, o presidente da CEGÁS afirmou que, desde maio de 2018, a Companhia tornou-se a primeira distribuidora do Brasil a injetar na sua rede de gasodutos o GNR. Segundo ele, o GNR já está sendo entregue a todos os clientes residenciais, comerciais, industriais e veiculares da CEGÁS.
“O que nós temos observado é uma participação cada vez maior do GNR no percentual de gás distribuído pela CEGÁS. Até setembro, esse percentual médio tem sido de 16% do gás distribuído para o nosso o mercado não térmico, ou seja, para os segmentos residencial, comercial, industrial e automotivo”, diz
De acordo com o presidente da CEGÁS, durante o auge pandemia, quando ocorreu uma queda acentuada da atividade produtiva, em alguns dias, mais da metade do gás natural distribuído pela CEGÁS era GNR. ”Isso nos coloca numa posição de liderança na distribuição de gás natural renovável no mundo, já que países como França, Japão e Estados Unidos conseguem no máximo 10% deste percentual”, disse.
Segundo Figueirêdo, há outras oportunidades de aproveitamento de biogás no Ceará, com escalas e modelos de negócios distintos a serem explorados com segurança em algumas regiões metropolitanas do Estado. Nesse sentido, ele destaca a importância do mapeamento do potencial de produção e uso do biogás para a ampliação e a interiorização do uso do biogás e do GNR, com atração de investimentos e geração de empregos.
“Em Sobral, no Cariri e em Limoeiro do Norte, há potencial de produção de gás a partir dos aterros sanitários. Em Fortaleza, há ainda potencial na biodigestão do lodo de esgotos da Cagece”, disse Figueirêdo.
O presidente da CEGÁS destacou ainda o papel da CEGÁS como pioneira na parceria com instituições de pesquisa e desenvolvimento no lançamento de editais de inovação, ressaltando a importância da tecnologia para o aumento de produtividade.
Por fim, Figueirêdo afirmou que negociações preliminares com empresas do setor aeroportuário e agências de fomento nacional e internacional têm provocado a abertura de outras frentes de pesquisas, que podem levar o Ceará a se tornar não só um consumidor pioneiro, mas também um grande polo exportador de hidrogênio e outros energéticos totalmente renováveis.
Na abertura do evento, o presidente do Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia Ceará), Benildo Aguiar, destacou a importância da inovação e da discussão de novas fontes de energias renováveis.
“O momento que estamos vivendo atualmente é extremamente desafiador, porém, ao mesmo tempo, podemos ver que empresas adotaram posturas de inovação e conseguiram se destacar. Este é um momento em que todos precisam se ajudar para que o nosso Hub de inovação consiga se desenvolver ainda mais e, assim, beneficiar as pessoas do nosso Estado com a criação de novos empregos e o aumento da economia local”, disse.
Fonte: CEGÁS / Comunicação