Após a previsão de aumento do gás natural para o início do próximo ano, por parte da Petrobras, em Santa Catarina o impacto deve ser de aproximadamente 43%. A Infragás, que representa a indústria catarinense de consumidores de gás natural, vem contestando a necessidade do repasse nesse patamar. “Os resultados positivos que a Petrobras vem alcançando demonstram que seus produtos poderiam ser mais competitivos. Não se justifica penalizar a indústria brasileira com um aumento tão expressivo, que tira competitividade das empresas e provoca inflação no mercado consumidor”, avalia Antônio Marcos Schroth, presidente do conselho de administração da Infragás.
Segundo a entidade, somente neste ano a Petrobras já reajustou o preço do gás natural em 57%. O valor atual é de R$ 2,33 o metro cúbico na média da indústria. Essa elevação foi responsável por 10% no aumento dos custos dos produtos das ceramistas, uma das maiores consumidoras do insumo e que empregam 12 mil trabalhadores. A previsão do novo aumento elevará os custos em 8,6%. O gás natural representa de 18% a 22% no custo final dos produtos cerâmicos e de porcelana.
Para tentar frear ou reduzir o aumento proposto pela Petrobras, a Infragás em conjunto com a SCGÁS, na qual a entidade possui assento no conselho de administração, governo catarinense e Fiesc, entraram com representação no Cade. As instituições consideram que, por ser monopólio, o valor do gás natural fica exclusivamente vinculado às políticas comerciais da Petrobras.
Schroth considera que essa situação pode ser revertida em 2022, com a abertura de mercado livre para o gás natural. “Essa condição possibilitaria que as empresas pudessem adquirir este insumo em outros países, estimulando a concorrência e estabelecendo um padrão mais competitivo de preços”, assinala. Atualmente Santa Catarina consome 2,2 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural.
Fonte: Revista Amanhã
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