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Brasil reinjeta 50% da produção de gás natural em 2022

Metade da produção nacional de gás natural voltou aos poços em 2022, segundo dados da ANP pelo Poder360. Foram cerca de 25 bilhões de m3 reinjetados –o que representa 50% da produção anual.

A taxa mensal de reinjeção atingiu o maior patamar da série histórica em novembro: 51,4% da produção. Superou os 50% mais duas vezes: em maio (51%) e outubro (51%).

No Brasil, cerca de 85% do gás natural produzido estão associados ao petróleo. Ou seja, ambos estão presentes nos reservatórios. Para produzir óleo, as empresas têm que extrair gás natural. Restam às petroleiras duas opções: comercializar o gás ou reinjetá-lo.

Alguns motivos justificam a reinjeção de gás: alto teor de gás carbônico, cujo tratamento é custoso; aumento da produção de petróleo, por meio da injeção de gás natural, gás carbônico, água e outros fluidos visando a aumentar a pressão dos reservatórios; falta de infraestrutura de escoamento.

Em países com um perfil similar de produção, as taxas de reinjeção de gás são mais altas. Variam de 20% a 35%. Contudo, o percentual de 50% no Brasil está acima de seus pares. Isso por causa da falta de infraestrutura de escoamento do gás.

Os campos com maior produção do país, Tupi e Búzios, têm também as maiores taxas de reinjeção. Em 2022, a reinjeção mensal de Tupi variou de 42% a 48%. Já Búzios reinjetou de 75% a 86% da produção.

Segundo a Petrobras, operadora de ambos os ativos, o gás natural produzido na Bacia de Santos tem alto teor de contaminantes, como o CO2 e o H2S. “No processo de remoção destes contaminantes, uma parcela significativa do gás produzido precisa ser, necessariamente, reinjetada”, afirmou a estatal.

De acordo com a empresa, o gás do campo de Búzios tem 23% de concentração de CO2. Nesse caso, a estratégia é reinjetar total ou parcialmente o insumo.

Já Tupi tem concentração inferior a 20%, com maior potencial de escoamento da produção para uso comercial.

De acordo com a Petrobras, a “estratégia ótima” tem unidades que extraem o gás para escoamento enquanto reinjeta correntes ricas em gás carbônico.

Há duas rotas de escoamento da produção de gás natural do pré-sal: os gasodutos Rota 1 e Rota 2, que interligam os campos às UPGNs (unidades de processamento de gás natural) em Caraguatatuba (SP) e em Cabiúnas (RJ). Essas estruturas exercem papel semelhante às refinarias de petróleo. Desde 2014, a Petrobras planeja o gasoduto Rota 3 para ampliar o escoamento da produção de gás, acompanhando o aumento da oferta do insumo. O duto desemboca no Polo Gaslub –antigo Comperj, redimensionado depois da Operação Lava Jato. A previsão é que a infraestrutura entre em operação em 2024.

Ao Poder360, a Petrobras afirmou que, caso o gasoduto estivesse em operação em 2023, seria possível aumentar a oferta de gás natural em até 10 milhões de m3 por dia. Até 2032, a estatal EPE estima que haverá necessidade de construção de 1 novo gasoduto de escoamento no pré-sal, para dar vazão à produção no bloco BC-M-33, batizado de Pão de Açúcar e operado pela norueguesa Equinor. A estatal também espera um novo duto na Bacia de Sergipe-Alagoas –onde a Petrobras descobriu grandes reservas de gás.

Fonte: Poder 360

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