A EPE participou, à convite da Petrobras, de um encontro técnico sobre “Aspectos Relevantes do Mercado de Gás Natural”, realizado na quinta (12), na sede da companhia, no Rio de Janeiro (RJ). Na ocasião, analistas das diretorias de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais (Dea), de Estudos de Energia Elétrica (Dee) e de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (DPG) assistiram a palestras técnicas e participaram de debates sobre o processo de abertura do mercado de gás brasileiro (gas release), a oferta de gás natural no mercado brasileiro e panoramas das infraestruturas de transporte, escoamento e processamento. O encontro também contou com a participação de integrantes da ANP e do MME. Um dia antes, na quarta (11), o ministro do MME, Alexandre Silveira, defendeu, em reunião com associações e empresas do setor de gás natural do Brasil, a democratização do acesso às infraestruturas de escoamento e processamento de gás natural para reduzir o preço do produto no país. “O setor de infraestrutura e transporte de gás é regulado no mundo inteiro. Não é admissível que no Brasil não haja uma regulação à altura de parte do setor de gás do Brasil, como é o que acontece hoje no gasoduto de escoamento da Petrobras”, disse o ministro, segundo o comunicado.
Silveira também afirmou que o alto custo do gás no Brasil é resultado de deficiências estruturais e regulatórias que precisam ser enfrentadas com firmeza e diálogo. “O Brasil não conhece de forma explícita o que compõe o custo do gás natural, e nós estamos com uma grande oportunidade de mudar isso. Acredito muito que nós vamos ter boas notícias na utilização deste gasoduto e no tratamento do gás da União. Já temos dado um grande e importante passo para que a gente possa fazer o primeiro leilão de gás da União e podermos ter essa parcela de gás, que ainda é insuficiente, mas substancial, bem mais barato que o custo atual”, pontuou. O 1º Leilão do Gás Natural da União está previsto para acontecer no quarto trimestre deste ano. De acordo com Guilherme França, Superintendente de Comercialização da PPSA, a estimativa é de que a União disponha de até 300 mil m³/dia em 2026 e de 1,3 milhão de m³/dia para ofertar ao mercado até 2027. Estas estimativas não consideram o fator de rendimento das UPGNs, o que significa que parcela desse gás será transformada em GLP e líquidos. A produção é relativa aos contratos de partilha de Búzios, Sapinhoá, Sépia e Atapu, além da participação da União com área não contratada nos acordos de individualização da produção de Tupi e Atapu. “A produção de gás é pequena. Mas temos um compromisso com o ministro de Minas e Energia, com o Gás para Empregar, com o Gás para Todos de promover, através da PPSA, um leilão de gás (…) A ideia é a gente vender, provavelmente, contratos de um ou dois anos”, completou Samir Awad, diretor de Administração, Finanças e Comercialização da PPSA, em evento realizado pela PPSA no final de 2024.
No início deste mês, a EPE publicou a versão final da nota técnica “Estudo das Tarifas de Escoamento e Processamento para os Sistemas SIE e SIP”. O documento, que foi resultado de apreciação e sugestões em consulta pública, apresenta uma proposta metodológica para o cálculo de tarifas associadas à movimentação e ao processamento de gás natural no Brasil, por meio de um modelo de fluxo de caixa projetado em vez do modelo de fluxo de caixa descontado. De acordo com a nota técnica, em todos os casos mencionados, verificou-se que as tarifas apresentam uma característica decrescente, que reflete a amortização de investimentos que poderão ser considerados na Base Ativos, como também evoluem de forma a acompanhar as variações de custos de operação e eventuais investimentos. “A redução observada abre margem para investimentos de ampliação e/ou modernização da infraestrutura, buscando aumento da eficiência dos serviços”, afirma a nota. Segundo Silveira, essa e outras ações do programa Gás para Empregar poderão reduzir o preço final do gás para a indústria dos atuais US$ 16 por milhão de BTU para cerca de US$ 7.
Fonte: PetróleoHoje
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