Os preços do petróleo fecharam o pregão regular em queda na quinta-feira (17) impulsionados pelos relatórios de estoque da commodity e seus derivados nos Estados Unidos, divulgado na quarta (16), e de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), divulgado mais cedo hoje. Porém, na negociação estendida passaram a subir, acompanhando a forte tomada de fôlego das bolsas de valores em Nova York, após notícias de que os Estados Unidos estudam retirar tarifas comerciais sobre produtos chineses.
Na Nymex, em Nova York, o contrato do WTI para março caiu 0,48%, a US$ 52,36 o barril, e o Brent para o mesmo período recuou 0,23%, para US$ 61,18 o barril.
Às 17h52, o WTI (março) subia 0,25%, a US$ 52,73 o barril, e o Brent (março) ganhava 0,20%, a US$ 61,44 o barril. Em Nova York, o índice S&P 500, que subia cerca de 0,2% enquanto o petróleo fechava, disparou para uma alta de mais de 1%.
As incertezas sobre a disputa comercial entre os EUA e a China, assim como os seus efeitos negativos sobre o crescimento econômico global e, consequentemente, na demanda pela commodity, continuam pesando sobre os preços do petróleo.
Assim, quando circularam no mercado as notícias de uma provável suspensão de tarifas a produtos chineses, a commodity reagiu.
Excesso de oferta
Ontem, o Departamento de Energia americano informou que os estoques totais de petróleo e derivados nos Estados Unidos cresceram na semana passada. Além disso, a produção nos EUA bateu uma nova máxima recorde de 11,9 milhões de barris de petróleo por dia.
“Esse relatório fez pouco para aliviar as preocupações em curso”, afirmam em nota analistas da Simmons Energy. “Não ficaríamos surpresos se as estatísticas ruins para derivados começarem a afetar o complexo global de petróleo bruto, já que há uma preocupação persistente de que o excesso de oferta em derivados migre para o mercado de petróleo bruto,
conforme o período de manutenção nas refinarias começa.”
O Departamento de Energia estima ainda que a produção de petróleo nos EUA aumente, em 2019, em 1,4 milhão de barris diários, para 12,07 milhões de barris por dia.
Isso poderia se tornar uma dor de cabeça para a Opep, que tem cortado sua produção na esperança de estabilizar os preços e evitar que os estoques globais aumentem.
Nesta quinta, a Opep informou que reduziu significativamente a produção em dezembro, antes do início formal, em janeiro, da iniciativa liderada pelo cartel, de redução da oferta por seis meses. Em relatório mensal, a Opep reportou queda de 751 mil barris/dia na produção do cartel, para média diária de 31,58 milhões de barris/dia em dezembro.
A perda foi liderada pela Arábia Saudita, que cortou em 468 mil barris/dia sua produção no mês, de acordo com a Opep, que manteve em 1,29 milhão de barris/dia a previsão de crescimento para a demanda em 2019.
“A Opep terá que se adaptar a qualquer aumento de oferta vindo dos EUA”, afirma Poulsen, acrescentando que a capacidade de exportação dos Estados Unidos aumentará este ano com alguns novos projetos de infraestrutura que devem entrar em operação.
Fonte: Valor Online
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