A ExxonMobil está “otimista” com a abertura do mercado brasileiro de gás natural, disse a diretora comercial da companhia no Brasil, Vania Carvalho. Segundo ela, as mudanças regulatórias da indústria de gás, no país, estão “no caminho certo”, mas a abertura não será concluída no curto prazo.
“O tempo para esse processo [de abertura] acontecer, de liberalização, não acontece muito rápido, é um processo muito demorado. Podemos mencionar o exemplo dos Estados Unidos, um mercado muito desenvolvido, mas onde esse processo começou há várias décadas até chegar no ponto em que chegou. Na Europa, começou-se a se pensar na liberalização do mercado de gás no início dos anos 2000. E até hoje não está totalmente liberalizado. O governo vai ter que, nos próximos anos, manter um foco contínuo nesse processo. Teremos mudanças de governo nesse período, mas temos que continuar a manter o foco”.
Vania disse que, para que o mercado brasileiro de gás se consolide, o país terá que superar alguns gargalos e promover a sua demanda e infraestrutura.
Ela destacou que a ExxonMobil investiu cerca de R$ 15 bilhões, desde 2017, na expansão da carteira de ativos no Brasil. Ao todo, possui 29 áreas de exploração e produção de óleo e gás no país, nas bacias de Campos, Santos, Sergipe-Alagoas, Ceará e Potiguar, tendo sido 27 delas compradas nos últimos dois anos. Segundo a executiva, no entanto, a maioria desses ativos se encontra ainda em fase inicial de exploração. “No curto prazo ainda não estaremos
produzindo gás desse portfólio”, disse.
A ExxonMobil, no entanto, tem boas perspectivas no pré-sal. A petroleira é sócia da Equinor, por exemplo, no projeto de Carcará, na Bacia de Santos, que tem potencial para produção de gás associado ao petróleo. A expectativa, contudo, é que a concessão comece a operar reinjetando o gás.
Além disso, a Exxon tem apostado nas águas profundas da Bacia de Sergipe-Alagoas. A empresa adquiriu nove concessões na região, nas proximidades de descobertas feitas pela Petrobras na costa sergipana (Cumbe, Barra, Farfan, Muriú, Moita Bonita e Poço Verde).
A ExxonMobil também planeja ser fornecedora de gás natural liquefeito (GNL) importado. A empresa é sócia, com 30%, da Qatar Petroleum na Ocean LNG, joint venture que fornecerá GNL para o complexo termelétrico de Barra dos Coqueiros (SE), da Celse.
Fonte: Valor Econômico
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