A WEG começou a ofertar uma solução de geração de energia a partir da gaseificação de resíduos sólidos urbanos, processo térmico pelo qual o lixo urbano previamente preparado é submetido a altas temperaturas e ambiente pobre de oxigênio para gerar syngas (monóxido de carbono e hidrogênio), mas também o dióxido de carbono e cinzas. O syngas é utilizado como combustível para caldeira, que gera vapor para acionar turbina e assim gerar energia para a rede.
A tecnologia do gaseificador foi desenvolvida por empresa nacional da região da WEG. Mas a solução completa, na modalidade de EPC vai ser ofertada com o know-how eletromecânico da WEG, nos moldes do que a empresa já realiza há muitos anos no mercado de usinas de cogeração a biomassa, segundo informa ao EnergiaHoje o diretor de negócios internacionais da companhia, Anderson Fernandes. O EPC inclui o fornecimento de turbinas, redutores, painéis, condensadores, geradores e transformadores, mas também a engenharia, gestão de compras, integração e construção das usinas. “A diferença agora é só a fonte, que nós enxergamos como um mercado de fortíssimo potencial”, diz.
As usinas são dimensionadas para módulos de 2,5 MW (um gaseificador) ou 5 MW, o que as enquadra no modelo de geração distribuída. No primeiro caso, de 2,5 MW, a usina teria capacidade média para receber 6 t/h de resíduos, em um perfil de cidade de até 130 mil habitantes. “Mas como a concepção é modular podemos projetar usinas maiores, com mais gaseificadores”, afirma Fernandes.
Para entrarem no gaseificador, os resíduos precisam ter umidade menor do que 30%, granulometria média de 50 mm e poder calorífico médio de 3.500 kcal/kg, ou seja, precisam ser preparados como combustíveis derivados de resíduos urbanos (CDRUs), nas mesmas características dos que atualmente são utilizados em alguns fornos de cimento. Segundo o diretor, a solução de EPC da WEG ainda não conta com parceiro para preparação de resíduos, mas já há oferta de empresas com essa especialização no mercado.
Em menos de um mês de lançamento da solução, segundo Fernandes, há um grande número de pedidos por propostas, tanto de municípios quanto de empresas de gerenciamento d
e aterros. A expectativa é a de que até o fim do ano seja fechado pelo menos um contrato e, em 2020, uma primeira usina seja instalada, já que a implantação levaria cerca de 10 meses. “O retorno sobre o investimento é de quatro a cinco anos”, diz.
Piloto do gaseificador
A empresa responsável pelo desenvolvimento mantém como teste, já há dois anos, um sistema de gaseificação em operação ao lado de aterro sanitário em Mafra (SC), operado pela empresa Serrana Engenharia, parceira do projeto no aterro com a Finep e a Universidade Federal do Paraná. A operação ainda não gera energia, o que demandaria o investimento eletromecânico e de conexão à rede, mas o syngas está sendo gerado e queimado.
O Japão é o país com mais gaseificadores no mundo, com cerca de 100 usinas instaladas. Na Europa, sua utilização é mais limitada e voltada para alguns casos em setores industriais.
Fonte: Brasil Energia
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