A Cegás estuda a possibilidade do uso de biometano para a produção de hidrogênio limpo. A empresa distribui 90 mil m³ por dia de biometano, produzido no aterro sanitário de Caucaia pela GNR Fortaleza, e ainda pretende expandir esse volume, que atualmente representa 15% do total distribuído.
De acordo com Hugo Figueirêdo, presidente da Cegás, a empresa busca se manter na vanguarda da injeção de hidrogênio verde na rede de distribuição, assim como fez com o biometano em 2017.
O Ceará vem disputando na corrida pelo desenvolvimento do mercado de hidrogênio no Brasil, com a instalação de um hub de H2V no porto de Pecém. Até agora todos os projetos buscam especialmente a exportação do Hidrogênio produzido, reaproveitando a conexão que já existe entre o Pecém e o Porto de Roterdã. Quatro companhias já estão interessadas no Hub do porto do Ceará, além de outras que estão na fila de negociação.
Cegás já estuda a viabilidade de injeção de hidrogênio
Hugo afirma imaginar que no futuro, será possível ter hidrogênio e biometano na rede. Da mesma forma que atualmente temos transporte do gás natural do pré-sal para o estado, poderá acontecer o inverso com o hidrogênio verde.
A empresa do Ceará já caminha com os estudos de viabilidade de injeção da nova fonte de energia na rede. Atualmente, a Cegás está selecionando pesquisadores e empresas que desejam colaborar com o projeto. Até mesmo as próprias produtoras de hidrogênio estão dialogando com a Cegás para que seja desenvolvido um projeto piloto.
Atualmente a Cegás conta com redes de aço, polietileno e poliamida de alta densidade. É preciso observar como esses materiais se comportam, além dos ajustes finos necessários nos equipamentos de rede. O presidente também ressalta que mesmo havendo experiências nos Estados Unidos e Europa, é imprescindível observar como elas se adaptam com o local, o que também inclui considerar o efeito do H2V nos equipamentos dos consumidores.
Projeto ProQR promovendo a sustentabilidade
No Ceará está sendo desenvolvido o ProQR para implementação de uma refinaria verde, para a fabricação de bioquerosene de aviação. O uso de hidrogênio de biomassa permitirá a fabricação de combustíveis para aviações em locais remotos.
O ProQR é um programa do Governo Federal, através do MCTIC, em parceria com o governo da Alemanha, visando incentivar projetos alternativos para a aviação que não degradem o meio ambiente. De acordo com Hugo, certamente, a regulação é um dos maiores gargalos, pois não é simplesmente fazer a regulação para definir as características do hidrogênio limpo, mas a própria mistura com gás natural.
Além disso, as unidades produtoras devem ter certificado, uma etapa que vem após a regulação. Apesar disso, o presidente da Cegás afirma que a experiência com o biometano poderá contribuir com esse processo. O executivo destaca saber quais passos precisa dar e afirma também que a experiência com biometano ajudará de forma integral o meio ambiente.
Em relação à produção de hidrogênio verde por meio do biometano, o presidente afirma que dependendo da tecnologia, cada 4 ou 5 metros cúbicos do gás produzem 1 kg de hidrogênio.
Fonte: Click Petróleo e Gás