A presidente da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), Angélica Laureano, alertou para os impactos do atraso na revisão tarifária das transportadoras de gás natural, conduzida pela ANP. A previsão inicial era de que o processo fosse concluído em setembro, mas já há indicações de que pode se estender até outubro ou novembro. “Nos preocupa sobremaneira, porque os nossos resultados estão caindo”, afirmou. O ciclo tarifário da TBG venceu em 2024. Segundo Angélica, o atraso prejudica a contabilização de novos investimentos no ciclo tarifário e afeta diretamente os planos de expansão da malha. Um dos principais entraves é a definição do custo médio ponderado de capital (WACC), necessário para viabilizar o projeto de interligação com a malha da NTS e trazer o gás do pré-sal até o Sul do país. “Esse timing era ontem. Já deveríamos estar em construção”, disse.
Novas fontes e rotas: biometano, gás argentino e integração regional
Além do gás do pré-sal, a TBG aposta na injeção de biometano no sistema. A empresa estuda a criação de um hub no Noroeste de São Paulo, com potencial de até 3 milhões de m³/dia, volume muito superior à demanda local, estimada em 700 mil m³/dia. “Estamos trabalhando com a possibilidade de uma tarifa especial, mas tudo depende da ANP”, explicou. A companhia também acompanha os testes de importação de gás da Argentina via Bolívia e avalia outras rotas no médio e longo prazo: pelo Paraguai, pela TSB com conexão a Porto Alegre, e por GNL entregue no terminal da TGS. Para a rota via TSB, seria necessário construir um novo duto de cerca de 500 km e adaptar o sentido do fluxo na TBG, em um investimento estimado em US$ 2 bilhões. Entre as preocupações da TBG está também o risco de fuga de demanda, especialmente das térmicas. Angélica defende o modelo de postalização da tarifa como forma de promover maior economicidade para o setor e reforçou a necessidade de segurança regulatória. “É a revisão tarifária desse ano que vai nos dizer como chegaremos ao final com isso”.
Fonte: Eixos
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